BP diz que produção de energia em África vai subir 60% até 2040
Petrolíferas esperam que países africanos façam mudanças nas regras fiscais que incentivem os investimentos em projectos de exploração e produção de petróleo.
O vice-presidente da petrolífera BP para África, Jasper Peijs, prevê que a produção de energia no continente suba 60% nos próximos 20 anos, mostrando-se optimista sobre a evolução da indústria nesta região.
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O vice-presidente da petrolífera BP para África, Jasper Peijs, prevê que a produção de energia no continente suba 60% nos próximos 20 anos, mostrando-se optimista sobre a evolução da indústria nesta região.
Falando num debate organizado no seguimento da participação na ‘Africa Oil Week’, que decorreu na Cidade do Cabo no princípio do mês, Jasper Peijs defendeu a aposta das petrolíferas em África devido às oportunidades de crescimento, de parcerias competitivas e de longo prazo”, refere um comunicado agora divulgado.
A BP, que produz 400 mil barris de petróleo por dia em Angola, Egipto e Argélia, estima que a produção de energia no continente suba 60% até 2040, e apontou Angola como um caso de sucesso.
“Fico feliz em reconhecer as mudanças positivas que o Governo de Angola fez”, disse Jasper Peijs, apontando que “estão novamente a incentivar o investimento, e por isso a BP prolongou o licenciamento nos blocos 15 e 18, e criou uma parceria para desenvolver os poços de gás”.
Angola, salientou, não é caso único em África, onde os países estão a fazer mudanças positivas para os investimentos, que originam apostas maiores por parte das petrolíferas.
“Desde 2016, começámos sete grandes projectos e temos oito que devem entrar em produção até ao final do ano na Argélia, Angola e Egipto, e outros que devem ter as decisões finais de investimento em breve, como na Mauritânia e Senegal”, acrescentou.
O optimismo do líder da BP em África foi replicado por outros directores presentes no encontro que juntou na Cidade do Cabo vários responsáveis petrolíferos e representantes de países africanos exportadores de matérias-primas, que apontaram também algumas das dificuldades de operar neste continente.
“A nossa indústria tem de continuar a pugnar por disponibilizar a energia procurada pelos clientes, reduzindo o impacto ambiental, mas para fazer isso enfrentamos concorrência pelo capital”, disse a vice-presidente para África da Exxon Mobil, Pam Darwin.
A solução está em criar regimes fiscais estáveis e atractivos, vincou, apontando o exemplo dos Estados Unidos da América (EUA), que em dez anos conseguiram duplicar o volume de produção de petróleo de xisto.
“Há uma mensagem muito clara dos EUA, onde o investimento na indústria de xisto, ou na revolução de xisto, como lhe chamam, aumentou drasticamente desde 2005 e, em consequência, a produção líquida dos EUA mais que duplicou em dez anos, gerando milhares de milhões de dólares”, apontou.
E a vice-presidente para África da Exxon Mobil concluiu: “Pelo contrário, nos últimos dez anos, a produção líquida caiu sustentadamente em África, por isso para conseguirmos explorar as imensas reservas de África, os termos comerciais têm de ser proporcionados para atrair estes investimentos”.