“O madeirense atacou a rocha para obter terra, transportou-a depois, sobre o dorso, por caminhos inverosímeis; lapidou amorosamente a montanha, o serro, as escarpas, os despenhadeiros, como se trabalhasse minúsculos diamantes, não raro debruçado sobre o abismo e com risco permanente da própria vida; ergueu poios sobre poios para segurar esses punhados de terra (…) A ilha é um imenso rochedo fendido por todos os lados; a terra arável aparece ali aonde o antigo colono aguentou no socalco, industriosamente, em leito assente sobre armação de pedra, um quarteiro d’essas matérias freáveis que são vestígios de decomposição de várias naturezas d’escorias de minerais arrefecidos apoz uma combustão produzida pelas forjas infernaes de vulcões espantosos.” (1)
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“O madeirense atacou a rocha para obter terra, transportou-a depois, sobre o dorso, por caminhos inverosímeis; lapidou amorosamente a montanha, o serro, as escarpas, os despenhadeiros, como se trabalhasse minúsculos diamantes, não raro debruçado sobre o abismo e com risco permanente da própria vida; ergueu poios sobre poios para segurar esses punhados de terra (…) A ilha é um imenso rochedo fendido por todos os lados; a terra arável aparece ali aonde o antigo colono aguentou no socalco, industriosamente, em leito assente sobre armação de pedra, um quarteiro d’essas matérias freáveis que são vestígios de decomposição de várias naturezas d’escorias de minerais arrefecidos apoz uma combustão produzida pelas forjas infernaes de vulcões espantosos.” (1)