Quatro mortos em manifestações na Bolívia. São 23 desde o final de Outubro
Comissão Interamericana de Direitos Humanos registou pelo menos 122 feridos desde sexta-feira. Já houve 23 vítimas mortais desde o final de Outubro, início da crise social e política na Bolívia.
Quatro pessoas morreram no sábado em manifestações na Bolívia, elevando para pelo menos 23 o número vítimas fatais desde o final de Outubro, início da crise social e política, anunciou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Este órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) também registou pelo menos 122 feridos desde sexta-feira.
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Quatro pessoas morreram no sábado em manifestações na Bolívia, elevando para pelo menos 23 o número vítimas fatais desde o final de Outubro, início da crise social e política, anunciou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Este órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) também registou pelo menos 122 feridos desde sexta-feira.
A CIDH já denunciara em comunicado “o uso desproporcional da força policial e militar”, ao recorrerem a armas de fogo para reprimir as manifestações.
Este sábado, o governo de transição da Bolívia garantiu que o decreto que isenta polícias e militares da responsabilidade criminal quando agem em situações de necessidade e sob legítima defesa, não é uma “licença para matar” e está enquadrado na Constituição e nas leis da país. A resposta governamental surge na sequência de uma acusação feita pela CIDH de que esta regra assinada pela Presidente interina Jeanine Áñez “ignora os padrões internacionais” de direitos humanos e “estimula a repressão violenta”.
Em conferência de imprensa no Palácio do Governo de La Paz, o ministro interino da Presidência, Xerxes Justiniano, disse que a medida emitida na sexta-feira “não contribui para nenhum estado de maior violência”, mas é um instrumento para “contribuir para a paz social”.
O ex-Presidente boliviano Evo Morales disse, numa entrevista divulgada na sexta-feira pela agência de notícias Associated Press, que quer a ONU a mediar a crise política no país e admitiu pedir a intervenção da Igreja Católica e do papa Francisco. Morales afirmou ter sido deposto do cargo através de um golpe de Estado que o forçou a exilar-se no México.
Grande parte da oposição a Morales foi desencadeada pela recusa do então chefe de Estado boliviano em aceitar um referendo que o poderia proibir de concorrer a um novo mandato. A renúncia de Morales surgiu após protestos em todo o país por suspeita de fraude eleitoral na eleição de 20 de Outubro, na qual o então governante alegou ter conquistado um quarto mandato. Uma auditoria da Organização dos Estados Americanos constatou irregularidades generalizadas no escrutínio.