Está lançado o manifesto para a candidatura da Dieta Atlântica a Património da UNESCO

O documento, que une entidades de Portugal e Espanha, assume um compromisso em defesa dos oceanos e foi apresentado no Porto este sábado, Dia do Mar, o mesmo dia em que a Confraria da Dieta Atlântica se deu a conhecer ao público.

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André Rodrigues

É um compromisso que não se esgota na salvaguarda e reconhecimento da dieta atlântica em si, estendendo-se, também, à defesa dos oceanos e dos ecossistemas. O “Manifesto Pela Defesa dos Oceanos e da Dieta Atlântica” foi lançado este sábado, no âmbito do Melting Gastronomy Summit, a decorrer na Alfândega do Porto. Um documento que assume o propósito de conseguir que, a exemplo da Dieta Mediterrânica em 2013, a Dieta Atlântica seja reconhecida como Património Cultural Imaterial da Humanidade e que pretende envolver o maior número de entidades e cidadãos.

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É um compromisso que não se esgota na salvaguarda e reconhecimento da dieta atlântica em si, estendendo-se, também, à defesa dos oceanos e dos ecossistemas. O “Manifesto Pela Defesa dos Oceanos e da Dieta Atlântica” foi lançado este sábado, no âmbito do Melting Gastronomy Summit, a decorrer na Alfândega do Porto. Um documento que assume o propósito de conseguir que, a exemplo da Dieta Mediterrânica em 2013, a Dieta Atlântica seja reconhecida como Património Cultural Imaterial da Humanidade e que pretende envolver o maior número de entidades e cidadãos.

Nascido em pleno Dia Nacional do Mar (16 de Novembro), o manifesto prevê uma intervenção em três áreas principais: “comportamento, educação e dieta alimentar”. Na primeira, inclui-se a “defesa determinada pela preservação dos oceanos, exortando os cidadãos, as empresas e os Estados a encontrarem e estabelecerem um código de conduta e um plano de intervenção”, é especificado. Ao nível da educação, é sugerida uma revisão dos “curricula dos diferentes escalões de ensino e formação, por forma a privilegiar uma relação mais profunda e qualificada com os oceanos e a imersão de novas competências decorrentes dessa nova relação”.

Na área da dieta alimentar surge, então, a proposta de elaborar um “estudo aprofundado da Dieta Atlântica como portadora de uma cultura e de um receituário de reconhecido valor e o seu reconhecimento internacional pela forma como protege a saúde e dignifica o alimento”. O objectivo maior, reconhece o documento, passa por “mobilizar todas as entidades envolvidas para o objectivo de reconhecer a Dieta Atlântica como Património Cultural Imaterial da Humanidade”.

O compromisso foi lançado no mesmo dia em que foi também apresentada a Confraria dos Embaixadores da Dieta Atlântica, que é constituída por cinco entidades espanholas e quatro portuguesas. AGAVI (Associação para a Promoção da Gastronomia, Vinhos, Produtos Regionais e Biodiversidade), AEP (Associação Empresarial de Portugal), Instituto Politécnico de Viana do Castelo e Instituto Politécnico de Bragança, são as entidades nacionais que integram o grupo de embaixadores.

Do lado de lá da fronteira, associaram-se a esta missão a Confederación Empresarial de Ourense, Confederación de Empresários de Lugo, Confederación de Empresários de Ponte Vedra, Centro Tecnolóxico da Carne e a Anfaco-Cecopesca (Asociación Nacional de Fabricantes de Conservas de Pescados).

Duas novidades que estão a marcar o terceiro e último dia do Melting Gastronomy Summit, promovido pela AGAVI. O evento chega este sábado ao fim, depois de três dias de conversas, showcookings, provas, mercado de produtos portugueses, exibição de filmes e de arte.

Pela Alfândega do Porto passaram mais de 30 oradores, entre os quais Jay Rayner, crítico gastronómico do The Observer e do The Guardian, e Chad Robertson, co-fundador e chef da icónica Tartine Bakery, em São Francisco. Do leque de convidados fizeram ainda parte os chefs Andre Chiang do Taiwan, Alex Atala e Roberta Sudbrack do Brasil, ou os portugueses João Rodrigues, Miguel Rocha Vieira e Noélia Jerónimo, para além de participantes da área do vinho (Filipa Pato, Dirk Niepoort ou George Sandeman) ou do pão (Diogo Amorim, da Gleba, ou Paulo Sebastião, da Isco).