Jazz para Souto de Moura e outras danças na Casa da Arquitectura

Segundo aniversário da instituição de Matosinhos é celebrado este fim-de-semana com a obra do arquitecto portuense em fundo. A Orquestra Jazz de Matosinhos vai tocar Miles, Jamal e outros temas dos anos 50.

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Souto de Moura na Casa da Arquitectura Nelson Garrido

Quem entrar na galeria-atelier de Eduardo Souto de Moura (n. Porto, 1952) que integra a monumental exposição que a Casa da Arquitectura (CA) actualmente lhe dedica, pode ver nas paredes e nas mesas de trabalho, entre desenhos, maquetas, projectos, livros e recortes de jornais, capas de discos e referências a algumas lendas do jazz: Miles Davis e Ahmad Jamal, por exemplo.

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Quem entrar na galeria-atelier de Eduardo Souto de Moura (n. Porto, 1952) que integra a monumental exposição que a Casa da Arquitectura (CA) actualmente lhe dedica, pode ver nas paredes e nas mesas de trabalho, entre desenhos, maquetas, projectos, livros e recortes de jornais, capas de discos e referências a algumas lendas do jazz: Miles Davis e Ahmad Jamal, por exemplo.

Sabe-se que a música de Miles, como a poesia de Herberto Helder, por exemplo, são referências culturais estruturantes do imaginário de Souto de Moura. A música do grande trompetista e compositor norte-americano, como a do piano de Jamal, vão ouvir-se esta sexta-feira à noite (21h30) no concerto com que a Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM) abre o programa que este fim-de-semana assinala o segundo aniversário da instituição sediada na antiga (e recuperada) fábrica da Real Vinícola.

Além destes dois nomes incontornáveis da história do jazz, Pedro Guedes, director musical da OJM, não quis desvendar ao PÚBLICO o alinhamento do concerto. Disse apenas que a formação da orquestra surgirá ampliada para 22 músicos, para dar resposta a um reportório que fará “uma viagem pela música do final da década de 1950, a época em que Souto de Moura nasceu”, e que assistiu à introdução de “instrumentos pouco habituais no contexto do jazz, juntou músicos com percursos diferentes e fundiu géneros na procura de novas sonoridades”, como é referido no programa da CA.

Durante três dias, a arquitectura do autor do Estádio de Braga – que na tarde deste sábado receberá o título de Sócio Honorário da Casa da Arquitectura – será o prato forte do programa do aniversário, com várias visitas guiadas à exposição Memória, Projectos, Obras (que vai ficar patente até 6 de Setembro de 2020). Souto de Moura participará também (sábado, 18h00) numa conversa, sob o título, A construção é um conceito, com o também “Pritzker” espanhol Rafael Moneo e o italiano Francesco Dal Co, que é co-curador da exposição.

Antes desta sessão, a partir das 15h30, serão apresentados os curadores que estão a preparar a futura exposição da Casa, Arquivo do Presente - Visibilidade dos arquitectos portugueses na Bienal de Veneza, agendada para o Outono de 2020, e o atelier portuense Depa irá igualmente fazer a apresentação da representação nacional na bienal italiana do próximo ano, com uma selecção de projectos de habitação que provocaram polémica nas últimas quatro décadas.

Ainda na arquitectura, e igualmente em Matosinhos, aquela que foi a primeira sede da CA, a antiga casa da família de Álvaro Siza na Rua de Roberto Ivens, é inaugurada este sábado a exposição Siza antes do Siza. Álvaro Siza l’opera prima, promovida no âmbito do número de Abril passado (896) da revista italiana Casabella.

Paralelamente, a CA está também a acolher a 1.ª edição da Porto Design Biennale, com a exposição Que força é essa – Protesto e participação democrática em Portugal: cartazes artesanais do arquivo Ephemera.

A ligar esta rede de iniciativas, haverá também performances, dança contemporânea, novo circo por membros do Balleteatro e da Companhia Instável, além de jogos, oficinas e programas familiares e educativos.