Centro de Saúde de Albergaria-a-Velha cada vez mais degradado
Instalações chegaram a ser encerradas aquando das fortes chuvadas de Outubro. Apesar das condições deploráveis, as portas voltaram a abrir-se.
Partes de tecto ruído, baldes e caixotes espalhados um pouco por toda a parte, paredes negras de tanta humidade. É este o cenário que os utentes do Centro de Saúde de Albergaria-a-Velha encontram quando ali têm de acorrer para obterem uma consulta ou tratamento. É nestas condições que os profissionais de saúde e auxiliares têm de trabalhar, dia após dia. A unidade de saúde chegou a ser encerrada, aquando das fortes chuvadas de Outubro, mas não tardou a voltar a abrir. A necessidade de uma intervenção de fundo torna-se cada vez mais premente, alerta a autarquia, que não está sozinha nesta “luta”.
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Partes de tecto ruído, baldes e caixotes espalhados um pouco por toda a parte, paredes negras de tanta humidade. É este o cenário que os utentes do Centro de Saúde de Albergaria-a-Velha encontram quando ali têm de acorrer para obterem uma consulta ou tratamento. É nestas condições que os profissionais de saúde e auxiliares têm de trabalhar, dia após dia. A unidade de saúde chegou a ser encerrada, aquando das fortes chuvadas de Outubro, mas não tardou a voltar a abrir. A necessidade de uma intervenção de fundo torna-se cada vez mais premente, alerta a autarquia, que não está sozinha nesta “luta”.
Ainda esta semana, Moisés Ferreira e Nelson Peralta, deputados do Bloco de Esquerda eleitos pelo círculo de Aveiro, visitaram aquela unidade para aferir a realidade com que utentes e profissionais de saúde têm de conviver. “A sala de espera está alagada, está frio, parte do tecto falso está no chão. Isto não pode acontecer no Sistema Nacional de Saúde”, criticou Moisés Ferreira, em declarações ao PÚBLICO.
O problema já não é novo, mas o passar do tempo tem vindo a agudizar a situação. Catarina Mendes, vereadora da câmara municipal de Albergaria-a-Velha com o pelouro da saúde, refere que, “há já um ano e meio que foi enviado à tutela um relato do estado de degradação daquelas instalações”. Apesar dos alertas, a única coisa que existe, para já, “é uma intenção de requalificação daquele espaço, mas ela já vem de 2018”, acrescenta a autarca.
Moisés Ferreira garante que a sua preocupação em torno da Unidade de Saúde Familiar Rainha D. Tereza também já não vem de hoje, tendo já endereçado duas perguntas ao governo. Os bloquistas alertavam para a “falta [de] iluminação em alguns consultórios médicos (o que prejudica a consulta e a própria análise clínica em alguns casos, obrigando os profissionais a levarem candeeiros ou usarem outras fontes de iluminação), a caldeira encontra-se avariada e, por isso, o edifício torna-se gelado no inverno, quer para profissionais, quer para utentes”. Na missiva, eram também apontadas as “infiltrações de água” e “a falta de manutenção do espaço exterior”.
O caso é ainda mais grave, no entender de Catarina Mendes, porque aquela é a unidade de saúde que está localizada no centro da cidade e que dá resposta às extensões de saúde das freguesias. “Este centro não funcionando bem, obriga a que as pessoas tenham de ser deslocar para as urgências do Hospital de Aveiro, que conforme sabemos já estão com uma forte afluência”, adverte a vereadora.
Projecto já elaborado mas sem data para obras
Confrontada com a situação do centro de saúde de Albergaria-a-Velha, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) diz ter feito uma reparação de emergência na sequência da intempérie do passado mês. “Devido às condições climatéricas verificadas no final de Outubro, que provocaram danos em parte da cobertura do Centro de Saúde de Albergaria-a-Velha, a ARSC, através do seu Departamento de Obras e Equipamentos, diligenciou a sua reparação imediata, tendo-se verificado a conclusão da obra na semana passada”, fez saber o organismo, num esclarecimento enviado ao PÚBLICO.
Sobre a requalificação propriamente dita, a ARSC apenas adianta que “está prevista a reabilitação integral da cobertura e envolvente exterior, existindo já um projecto elaborado nesse sentido”. Resta, agora, saber quando é que as obras irão avançar – aquele organismo não adianta uma previsão.