Biblioteca-Museu República e Resistência fecha para obras

O futuro do espaço físico da biblioteca ainda é incerto, mas a colecção voltará a ficar disponível em Janeiro.

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PEDRO CUNHA/ARQUIVO

A Biblioteca-Museu República e Resistência, em Lisboa, encerra esta quinta-feira para obras de remodelação e, de acordo com a câmara de Lisboa, “a colecção” estará novamente disponível ao público na rede de bibliotecas a partir de Janeiro. O futuro do espaço físico da biblioteca ainda é, no entanto, incerto.

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A Biblioteca-Museu República e Resistência, em Lisboa, encerra esta quinta-feira para obras de remodelação e, de acordo com a câmara de Lisboa, “a colecção” estará novamente disponível ao público na rede de bibliotecas a partir de Janeiro. O futuro do espaço físico da biblioteca ainda é, no entanto, incerto.

Segundo informação disponível no site das Bibliotecas Municipais de Lisboa (BLX), geridas pela câmara municipal, a Biblioteca-Museu República e Resistência (BMRR), situada no bairro do Rego, encerra “para obras de beneficiação do equipamento” e “a colecção voltará a estar disponível ao público, na Rede BLX, no final de Janeiro de 2020”.

Em Junho deste ano, a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, revelou que as obras “vão demorar cerca de 12 meses” e que “a biblioteca vai reabrir”. “Não estamos a encerrar definitivamente nenhum equipamento”, disse na altura, perante a Assembleia Municipal de Lisboa.

Nessa reunião, a vereadora da Cultura disse aos deputados municipais que as obras foram decididas após vistorias técnicas, que ditaram a necessidade de o equipamento fechar durante as obras, sublinhando que, devido, nomeadamente, à qualidade do ar, “há trabalhadores que já lá não vão”. “Essa decisão de encerramento é técnica e não política. Em relação aos acervos, é verdade que vamos avaliar os acervos porque as circunstâncias também mudaram. Entre o momento em que se criou a BMRR e a actualidade, surgiu um equipamento novo e, para nós, faz sentido avaliar se parte daquele espólio deve ser ou não ser integrado no Museu do Aljube”, afirmou.

Catarina Vaz Pinto sustentou ainda que “há uma parte do espólio que não está tratada, sobretudo documentos”, que “estão em caixotes”, sendo o encerramento para obras aproveitado “para catalogar esse espólio". No entanto, entre funcionários e deputados municipais instalou-se a dúvida sobre se este equipamento cultural voltará a abrir nas mesmas instalações, sobretudo desde que a presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas manifestou o seu desejo de ali instalar uma biblioteca de bairro, a ser gerida pela junta. De acordo com Vaz Pinto, aquela biblioteca temática “é das menos utilizadas” da rede de bibliotecas de Lisboa.

O Museu da República e Resistência, agora Biblioteca-Museu, foi inaugurado em 1993 no edifício da antiga creche do Bairro Grandella, na Estrada de Benfica. Em Dezembro de 2001, foram inauguradas as novas instalações, na Rua Alberto Sousa, no bairro do Rego.