Pintura de Artemisia Gentileschi vendida por 4,8 milhões
Um quadro, descoberto recentemente, da pintora barroca, foi vendido em leilão por um preço recorde.
O quadro Lucrecia, descoberto recentemente, da autoria da pintora barroca italiana Artemisia Gentileschi (1593-1654), foi vendido esta quarta-feira por cerca de 4,8 milhões de euros num leilão em Paris, naquele que constitui um recorde para a artista do século XVII, foi comunicado pela casa de leilões Artcurial.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O quadro Lucrecia, descoberto recentemente, da autoria da pintora barroca italiana Artemisia Gentileschi (1593-1654), foi vendido esta quarta-feira por cerca de 4,8 milhões de euros num leilão em Paris, naquele que constitui um recorde para a artista do século XVII, foi comunicado pela casa de leilões Artcurial.
A obra provocou uma “larga batalha”, via telefone, entre os interessados, até que acabou por ser rematada por 4.777.000 euros a um coleccionador europeu. O preço base estava estimado entre os 600, 000 e os 800, 000 euros. De 95,5 cm x 75 cm, Lucrecia representa uma mulher nobre, injuriada e traumatizada, com os seios a descoberto, que se terá suicidado depois de ter sido violada.
Durante mais de 40 anos, o quadro esteve armazenado, sem identificação, pertencendo a uma colecção privada francesa. O óleo foi pintado nos anos 1630, durante a primeira estadia da artista em Nápoles, no Sul de Itália. Para Matthieu Fournier, da Artcurial, é como se Artemisia encarnasse as lutas feministas do nosso tempo. “É uma obra autobiográfica: “Lucrécia, dama romana ultrajada pelo último filho do rei de Roma, que conseguirá derrubar a realeza e estabelecer a república.”
O recorde anterior de uma obra de Artemisia era de 2,36 milhões de euros por Saint Catherine, vendido em Dezembro de 2017. É raro um quadro da artista, que é hoje reconhecida como uma das grandes pintoras da era pós-Caravaggio, chegar ao mercado. O facto de ser uma das poucas pintoras mulheres daquele período também fez crescer o interesse à volta da sua vida e obra.
No próximo ano, atendendo à sua cada vez maior proeminência, a National Gallery de Londres vai-lhe dedicar uma grande exposição, que contemplará 35 trabalhos provenientes de diversas colecções do mundo inteiro.