Dez dias para ver (e pensar) a dança contemporânea no Teatro Viriato, em Viseu
A programação da New Age New Time (NANT) aposta numa “relação muito estreita com o público” e em espectáculos que cruzama dança contemporânea com outras disciplinas.
Espectáculos resultantes do cruzamento da dança contemporânea com outras disciplinas e que contam com nomes como Vera Mantero, Rui Chafes, Clara Andermatt e Madalena Victorino vão ocupar o palco de Teatro Viriato, em Viseu, a partir de sexta-feira. Durante dez dias, a mostra de dança contemporânea New Age New Time (NANT) apresenta uma programação que aposta numa “relação muito estreita com o público”, disse à agência Lusa a directora-geral e de programação do Teatro Viriato, Paula Garcia. “Interessa-nos uma permanente actualização do discurso para a dança e uma permanente relação estreita do público com a dança”, realçou.
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Espectáculos resultantes do cruzamento da dança contemporânea com outras disciplinas e que contam com nomes como Vera Mantero, Rui Chafes, Clara Andermatt e Madalena Victorino vão ocupar o palco de Teatro Viriato, em Viseu, a partir de sexta-feira. Durante dez dias, a mostra de dança contemporânea New Age New Time (NANT) apresenta uma programação que aposta numa “relação muito estreita com o público”, disse à agência Lusa a directora-geral e de programação do Teatro Viriato, Paula Garcia. “Interessa-nos uma permanente actualização do discurso para a dança e uma permanente relação estreita do público com a dança”, realçou.
A mostra de dança arranca na sexta-feira, com Comer o coração em cena, uma proposta da coreógrafa e bailarina Vera Mantero e do escultor Rui Chafes que representou Portugal na 26.ª Bienal de Artes Visuais de São Paulo, em 2004. “São dois artistas muito fortes da actualidade no que toca à criação artística portuguesa e, por isso, é um privilégio tê-los na abertura da NANT”, afirmou Paula Garcia.
No dia seguinte, é apresentada a conferência/performance “Instalação da desordem — projeto em mutação”, que resultou de uma parceria entre a coreógrafa Clara Andermatt e a bailarina Mickaella Dantas. Segundo Paula Garcia, é trabalhada “uma relação muito própria com a matéria, com o corpo, com outro tipo de corpos que não o corpo humano”, introduzindo temáticas relacionadas com a publicidade, a imagem e a ética.
A mistura de disciplinas artísticas continua com Yola Pinto e Simão Costa, ela bailarina e ele músico, à volta de quatro esculturas sonoras que se revelam instrumentos, no espectáculo/concerto C_vib, no dia 21.
No dia 19, o potencial sonoro do corpo será explorado em Muyte maker, de Flora Détraz, que, segundo a directora do Teatro Viriato, “cria uma polifonia a partir de todo o comportamento do corpo"e “faz-nos ver como é que todo o movimento do corpo pode não ser o movimento convencional que nós, muitas vezes, relacionamos com a dança. É outro tipo de movimento que sai da voz, que sai do olhar, que sai de pequenos gestos, tudo muito em sintonia”, explicou.
No dia 23, Sara Anjo apresenta Um ponto que dança, uma leitura encenada de um livro com o mesmo nome e que é uma proposta para toda a família, um “trabalho que pretende estabelecer uma relação com o universo inicial da dança. Como é que nós, a partir da pequena infância, podemos compreender o pensamento da dança”, contou Paula Garcia.
A NANT termina no dia 24, com a ligação da música à inteligência robótica, no espectáculo Lento e largo, de Jonas Lopes e Lander Patrick. Num ambiente de “apocalipse visual”, haverá robôs que dançam, beijam, ordenam e obedecem, lado a lado com humanos. Neste espectáculo, é explorado “o lado do movimento, do espaço, numa relação estreita com a robótica, com um pensamento de futuro em relação ao corpo e à forma de estar”, explicou ainda Paula Garcia. A responsável alertou que este espectáculo de Jonas Lopes e Lander Patrick, bem como Ponto Ómega, de Madalena Victorino e Ricardo Machado (dia 22), “têm uma lotação muito limitada”.
Apostado em propor projectos que permitam às pessoas viveram não só uma experiência individual, mas também colectiva, o Teatro Viriato convidou a investigadora Paula Varanda para acompanhar o público “que queira estar numa permanente discussão sobre a actualidade da dança contemporânea”, em oficinas e conversas realizadas no final de alguns espectáculos. “Há um grupo de pessoas que se inscrevem e que têm acesso a todos os espectáculos e a momentos de conversa com os coreógrafos, com os intérpretes e a sós com a Paula.”
A convite da Companhia Paulo Ribeiro, no sábado, Vera Mantero irá também orientar a masterclass "O corpo pensante”, propondo o relaxamento, o uso da voz, a escrita, a respiração e a associação livre como meios para chegar aos movimentos.