Quando a América desembarcou em Le Mans

Não chega a ser “fetichista”, o que até é pena, mas providencia doses de car porn suficientes para satisfazer o entusiasta de automóveis.

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Um capítulo célebre do automobilismo desportivo: quando a Ford, querendo dinamizar uma imagem demasiado ligada a carros familiares e económicos, apostou num programa para ganhar as 24 Horas de Le Mans, coutada dos construtores europeus e especialmente, na época (meados dos anos 1960), da Ferrari. Vale a pena dizer que o sucesso da operação da Ford (que depois ganhou a prova quatro vezes seguidas) elevou tanto o perfil de Le Mans nos EUA que esteve na origem directa de um filme, o Le Mans de Lee H. Katzin protagonizado por Steve McQueen (1971), que hoje se vê como um curiosísismo documentário (quase tudo é “real”, câmaras montadas em carros durante a corrida, longos travellings a trezentos à hora). No filme de Mangold as cenas da corrida soam mais ao falso da reconstituição, inevitavelmente, e nem sequer tão bem conseguida como a Fórmula 1 de 1976 no Rush de Ron Howard (o último filme aceitável sobre corridas de automóveis), mas nelas o protagonista não é nem Matt Damon nem Christian Bale, antes o lindíssimo Ford GT 40 (um dos mais belos carros de corrida alguma vez construídos). Não chega a ser “fetichista”, o que até é pena, mas providencia doses de car porn suficientes para satisfazer o entusiasta de automóveis.

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Um capítulo célebre do automobilismo desportivo: quando a Ford, querendo dinamizar uma imagem demasiado ligada a carros familiares e económicos, apostou num programa para ganhar as 24 Horas de Le Mans, coutada dos construtores europeus e especialmente, na época (meados dos anos 1960), da Ferrari. Vale a pena dizer que o sucesso da operação da Ford (que depois ganhou a prova quatro vezes seguidas) elevou tanto o perfil de Le Mans nos EUA que esteve na origem directa de um filme, o Le Mans de Lee H. Katzin protagonizado por Steve McQueen (1971), que hoje se vê como um curiosísismo documentário (quase tudo é “real”, câmaras montadas em carros durante a corrida, longos travellings a trezentos à hora). No filme de Mangold as cenas da corrida soam mais ao falso da reconstituição, inevitavelmente, e nem sequer tão bem conseguida como a Fórmula 1 de 1976 no Rush de Ron Howard (o último filme aceitável sobre corridas de automóveis), mas nelas o protagonista não é nem Matt Damon nem Christian Bale, antes o lindíssimo Ford GT 40 (um dos mais belos carros de corrida alguma vez construídos). Não chega a ser “fetichista”, o que até é pena, mas providencia doses de car porn suficientes para satisfazer o entusiasta de automóveis.