Investigadores portugueses vão participar em missão simulada a Marte

Missão prevista para 2020, em Israel, terá cientistas do Instituto Superior Técnico a desenvolver dispositivos robóticos.

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Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa Catarina Oliveira Alves/ARQUIVO

Investigadores do Instituto Superior Técnico (IST) participarão, através do desenvolvimento de dispositivos robóticos, na simulação de uma missão humana e robótica a Marte no deserto do Negeve, Israel, prevista para 2020, indicou nesta quarta-feira o coordenador da equipa portuguesa.

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Investigadores do Instituto Superior Técnico (IST) participarão, através do desenvolvimento de dispositivos robóticos, na simulação de uma missão humana e robótica a Marte no deserto do Negeve, Israel, prevista para 2020, indicou nesta quarta-feira o coordenador da equipa portuguesa.

Os dispositivos a desenvolver pelos investigadores portugueses visam melhorar a eficácia da exploração do planeta feita por um robô, na ausência de contacto visual com o astronauta, e evitar acidentes que inutilizem o equipamento, explicou à Lusa o coordenador do grupo de investigadores, Rodrigo Ventura.

Durante um mês, entre 15 de Outubro e 15 de Novembro de 2020, um grupo de pessoas vai assumir o papel de astronautas e estar numa base no deserto do Negeve, que “simula o ambiente em Marte” e de onde as comunicações serão feitas para um “centro de controlo” em Innsbruck, na Áustria.

Para reduzir o risco de os astronautas num “ambiente hostil” como Marte — onde, na vida real, estariam expostos a amplitudes térmicas extremamente elevadas, a radiação cósmica, a meteoritos e a tempestades de poeira — são usados robôs telecomandados para a “execução de pequenas tarefas”, adiantou Rodrigo Ventura, investigador do Instituto de Sistemas e Robótica do IST.

A teleoperação dos robôs fica, no entanto, “complicada” quando os astronautas não têm contacto visual com as máquinas a partir da base e a “percepção da situação” no terreno “fica deficiente”, comprometendo o desempenho do robô. “Andamos a estudar a tecnologia para melhorar essa percepção”, assinalou o investigador.

A equipa do IST vai trabalhar em colaboração com a Universidade de Graz, na Áustria, que irá construir o robô.

Ao todo, na missão simulada a Marte AMADEE-20 serão feitas 16 experiências, a cargo de nove países, que incluem, além da tecnologia, áreas como medicina, biologia e geologia. A AMADEE-20 envolve a Austrian Space Forum, instituição austríaca que tem conduzido simulações de expedições a Marte e que seleccionou as experiências, a agência espacial israelita e a empresa D-Mars, também de Israel.