Sensor para alimentos criado por portugueses chega ao público em 2020
O QStamp, um sensor que transmite informação sobre temperatura, luz e humidade das embalagens de alimentos, desenvolvido pela startup Mater Dynamics, já vendeu 80 mil unidades a produtores e retalhistas. Agora é a vez dos consumidores.
Depois de vender mais de 80 mil “sensores inteligentes” que permitem medir variáveis como a temperatura, luz, humidade, força e pressão, a startup Mater Dynamics, sediada no Porto, vai, a partir do segundo semestre de 2020, “chegar aos consumidores”.
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Depois de vender mais de 80 mil “sensores inteligentes” que permitem medir variáveis como a temperatura, luz, humidade, força e pressão, a startup Mater Dynamics, sediada no Porto, vai, a partir do segundo semestre de 2020, “chegar aos consumidores”.
Passaram já três anos desde que os fundadores da Mater Dynamics desenvolveram o QStamp, um sensor inteligente que, alocado a uma embalagem, consegue captar e transmitir informação sobre variáveis externas, como a temperatura, luz e humidade, aos produtores e retalhistas.
A tecnologia, que começou por ser uma “embalagem inteligente” direccionada para o sector retalhista alimentar e farmacêutico, rapidamente começou a ser procurada por outros sectores, contou à Lusa, Tiago Cunha Reis, um dos fundadores da empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento.
“Foram-nos feitos desafios por diferentes sectores, aliás, neste aspecto foram os nossos próprios clientes que usaram a nossa tecnologia para diferentes aplicações”, afirmou Tiago Cunha Reis, dando como exemplo os proprietários de restaurantes que passaram a utilizar a tecnologia para “gerir melhor os seus produtos alimentares”.
Em declarações à Lusa, o responsável afirmou que, desde que a tecnologia “foi melhorada e optimizada”, já venderam mais de 80 mil unidades, estando actualmente presente em cinco mercados europeus: Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Bélgica.
“Hoje em dia, o que a Mater Dynamics faz não é só embalagens inteligentes, mas utilizar esta tecnologia de base para tornar qualquer objecto não electrónico inteligente, por exemplo, ao ser colocado numa cadeira pode ajudar a operação de gestão de um restaurante, uma vez que pode sentir se uma pessoa está sentada ou não”, explicou.
Segundo Tiago Cunha Reis, a partir do segundo semestre de 2020, esta tecnologia, que é uma “espécie de microcomputador em formato papel”, vai estar disponível para os consumidores. “Queremos abrir a tecnologia a toda a comunidade e não só às empresas, é esse o nosso principal objectivo”, revelou, adiantando que, numa primeira fase o produto vai estar disponível online e, posteriormente, deverá ser colocado à venda nas grandes superfícies comerciais.
O fundador da startup explicou que o processo de monitorização da informação será feito através de uma aplicação de telemóvel, onde o “sensor”, ao ser emparelhado com o telemóvel, permite ao utilizador obter dados sobre o objecto / produto.
Para 2020, além de quererem “aproximar” a tecnologia dos consumidores, os fundadores da Mater Dynamics pretendem “consolidar posição” nos cinco mercados europeus onde estão presentes e “alavancar” o mercado alemão e holandês. “Olhamos para a Holanda porque é um país muito importante ao nível da gestão de serviços e para a Alemanha porque é um país com uma importante integração da tecnologia”, concluiu.
Para além de Tiago Cunha Reis, a startup foi fundada por Ana Machado, contando com mais seis elementos, com formações desde a química à electrónica. Um ano após a sua fundação, a Mater Dynamics conquistou o prémio PT Inovação e a distinção Born from Knowledge (BfK), uma iniciativa da Agência Nacional de Inovação. Além disso, recebeu cerca de 10 prémios internacionais de inovação na Europa e na Ásia.