Há uma “barreira de bolhas” a recolher plástico dos canais de Amesterdão
Uma startup holandesa criou a The Great Bubble Barrier, um tubo que, ao produzir bolhas, recolhe plástico dos canais de Amesterdão. Vai estar em funcionamento durante três anos, 24 horas por dia.
Chama-se The Great Bubble Barrier – em tradução livre, “A Grande Barreira de Bolhas” – e vai apanhar os resíduos que andam pelos canais de Amesterdão. Foi idealizada por uma startup holandesa com o mesmo nome, fundada por Saskia Studer, Anne Marieke Eveleens e Francis Zoet, às quais se juntou depois Philip Ehrhorn, em parceria com município de Amesterdão e com as autoridades regionais da água. E quer ajudar a reduzir o número objectos de plástico encontrados nos oceanos, que segundo a empresa ronda os “oito biliões de quilos por ano”.
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Chama-se The Great Bubble Barrier – em tradução livre, “A Grande Barreira de Bolhas” – e vai apanhar os resíduos que andam pelos canais de Amesterdão. Foi idealizada por uma startup holandesa com o mesmo nome, fundada por Saskia Studer, Anne Marieke Eveleens e Francis Zoet, às quais se juntou depois Philip Ehrhorn, em parceria com município de Amesterdão e com as autoridades regionais da água. E quer ajudar a reduzir o número objectos de plástico encontrados nos oceanos, que segundo a empresa ronda os “oito biliões de quilos por ano”.
O sucesso do teste realizado no final de 2017 no rio Issel, em Zwolle (a uma hora de distância de Amesterdão), fez com que se avançasse para a concretização do projecto. Nesse ano foi implementada uma barreira de bolhas de 200 metros que conseguiu, em três semanas, capturar em média 86% de todo o material utilizado para o teste.
Agora esta “solução” foi implementada no canal Westerdok. A barreira foi estrategicamente colocada na diagonal no fundo do rio. Tem um tubo de 60 metros com orifícios que é capaz de bombear a água e provocar uma barreira de bolhas que, com o seu movimento ascendente, coloca os resíduos à superfície da água. Como foi colocado na diagonal, a corrente funciona a seu favor e “empurra” os resíduos, que acabam resgatados numa plataforma flutuante, colocada à margem do rio.
Barcos e peixes estão “livres” desta barreira de bolhas, podendo passar por ela sem problema — a única coisa que a estrutura capta são os resíduos (que muito se acumulam nos canais de Amesterdão). Por esse motivo, funcionará 24 horas por dia, durante três anos. “Não podemos colocar uma barreira física num canal: ele deve ser aberto para a vida selvagem e recriação”, adiantou ao The Guardian Philip Ehrhorn, co-inventor da tecnologia.
“Projectamos uma solução que intercepta plásticos em rios e canais antes que chegue ao oceano”, pode ler-se no site do projecto. “Mais de dois terços dos plásticos no oceano saem de rios e canais. Então, se precisamos de interceptá-lo, por que não fazê-lo nos rios?”, questiona Philip em declarações ao Guardian. Os criadores sublinham que além desta vantagem, a estrutura faz um uso inteligente da corrente natural de um rio e aumenta o oxigénio dentro de água.
“A barreira de bolhas significará que menos plásticos chegam ao oceano e é um passo em direcção a uma melhor regulamentação do nosso ecossistema, para o benefício do humano, do animal e do meio ambiente”, adiantou ao periódico inglês Marieke van Doorninck, responsável pela área de sustentabilidade na Câmara de Amesterdão.
A startup foi distinguida no concurso Green Lottery Postcode – que premeia os melhores em empreendedorismo sustentável — ganhando um financiamento de 500 mil euros. A empresa diz estar pronta a “ajudar governos e empresas a parar a poluição plástica em rios e canais em todo o mundo”.