Possibilidade de recessão na zona euro “aumentou significativamente”
Membro da comissão executiva do Banco Central Europeu diz que, para já, a economia da zona euro está apenas em abrandamento, mas alerta que os últimos meses foram de deterioração da conjuntura
O Banco Central Europeu (BCE) defendeu esta terça-feira que a zona euro “não está perto de deflação ou de recessão”, mas a possibilidade de chegar a essa situação “aumentou significativamente” dado o abrandamento da economia. “Não estamos em deflação ou perto de uma recessão, mas a possibilidade de chegarmos a essa situação aumentou significativamente”, afirmou Yves Mersch, membro da Comissão Executiva do BCE.
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O Banco Central Europeu (BCE) defendeu esta terça-feira que a zona euro “não está perto de deflação ou de recessão”, mas a possibilidade de chegar a essa situação “aumentou significativamente” dado o abrandamento da economia. “Não estamos em deflação ou perto de uma recessão, mas a possibilidade de chegarmos a essa situação aumentou significativamente”, afirmou Yves Mersch, membro da Comissão Executiva do BCE.
Falando numa visita de jornalistas estrangeiros baseados em Bruxelas às instituições da União Europeia (UE) no Luxemburgo – embora o BCE esteja sediado na cidade alemã de Frankfurt –, o responsável notou que a situação económica na zona euro é, antes, de “abrandamento”, já que os países do euro estão “muito perto do crescimento zero”. Por essa razão, o BCE teve de adoptar nos últimos tempos “medidas não convencionais”, realçou Yves Mersch, aludindo à redução das taxas de juro e ao relançamento do programa de compra de activos. O objectivo foi “tornar os bancos mais resilientes” e “aliviar o ambiente negativo” do sistema bancário, assinalou o membro da Comissão Executiva do BCE.
Nas declarações prestadas aos jornalistas, Yves Mersch notou também que, nos últimos anos, houve “uma redução do legado dos NPLs [non-performing loans, crédito malparado]” na região. “Tínhamos um nível de exposição ao risco expressivamente alto”, apontou.
Yves Mersch saudou, por isso, esforços feitos pelas instituições bancárias “para reduzir o risco [de malparado] e para consolidar a sua situação”. “Os bancos têm feito esforços enormes e em pouco tempo”, adiantou o responsável.
Aludindo ao “importante sinal” dado na reunião informal dos ministros das Finanças da UE na semana passada, na qual foram assumidos progressos na discussão sobre a conclusão da União Bancária, Yves Mersch salientou que este caminho “deve ser prosseguido”, tendo em vista regras harmonizadas para todos os bancos.
O membro da Comissão Executiva do BCE frisou ainda na ocasião a necessidade de a UE criar “uma política de fiscalização mais coesa para apoiar as medidas de combate à lavagem de dinheiro”.