Apoiantes de Montenegro pressionam Rio com processo das quotas

Nem Luís Montenegro nem Miguel Pinto Luz vão estar no conselho nacional desta noite

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daniel rocha

Os apoiantes de Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD, vão pôr pressão na questão do sistema de pagamento de quotas no conselho nacional desta sexta-feira à noite em Bragança. Já a candidatura de Miguel Pinto Luz prefere que o partido discuta ideias, embora também mostre preocupação por vir a existir um universo eleitoral reduzido nas próximas eleições internas. Nenhum dos dois candidatos à liderança do PSD é conselheiro nacional.

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Os apoiantes de Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD, vão pôr pressão na questão do sistema de pagamento de quotas no conselho nacional desta sexta-feira à noite em Bragança. Já a candidatura de Miguel Pinto Luz prefere que o partido discuta ideias, embora também mostre preocupação por vir a existir um universo eleitoral reduzido nas próximas eleições internas. Nenhum dos dois candidatos à liderança do PSD é conselheiro nacional.

Em causa está a polémica do novo sistema de actualização de quotas para os militantes, que tem sido exigente com o pedido de dados pessoais, e que foi criado em Julho passado pela direcção de Rui Rio para “acabar com as vigarices” de pagamentos em massa. Só que a afirmação do líder do PSD caiu mal entre os apoiantes de Luís Montenegro, até porque alguns estiveram ligados à candidatura de Rui Rio nas últimas directas.

“Se foi eleito com vigarices, isso é muito grave, tem de dizer quem as fez e o que é que fez para que fossem denunciadas, sob pena de ser co-responsável”, afirma Pedro Alves, líder da distrital de Viseu, director de campanha de Luís Montenegro. Este antigo apoiante de Rui Rio critica o momento para fazer a alteração no sistema de pagamento de quotas: “Se havia vigarices nas eleições internas porque é que só fez em Julho antes das legislativas e não fez logo no início do seu mandato?”.

Os apoiantes de Montenegro admitem propor esta sexta-feira à noite alterações ao regulamento eleitoral para “reforçar a transparência” do processo eleitoral, embora não revelem quais. O certo é que elementos ligados à candidatura estão a questionar a imparcialidade da direcção para gerir o processo eleitoral. Luís Menezes lembra que nas, directas de 2007, em que o seu pai, Luís Filipe Menezes, era candidato, o ex-líder Luís Marques Mendes criou uma comissão eleitoral com membros das duas candidaturas, uma decisão de “coragem e grandeza”.

Mais do que o problema do pagamento de quotas, Telmo Faria, da candidatura de Miguel Pinto Luz, aponta a “preocupação de discutir políticas” e de “perceber a performance do PSD nos últimos dois anos”. Mas Telmo Faria, que é conselheiro nacional, admite que há preocupação com a dimensão do universo eleitoral e que é preciso “não complicar” a participação dos militantes na vida do partido. Nas eleições para a concelhia de Coimbra do PSD, a candidatura de João Barbosa de Melo disponibilizou-se na passada terça-feira para “ajudar” os militantes com o pagamento de quotas na sede do partido. Uma iniciativa que Nuno Freitas, da candidatura de Pinto Luz, considerou um “abuso” e “contrária ao banho de ética de que fala Rui Rio”. 

No último congresso, Pedro Rodrigues, ex-líder da JSD, apresentou uma proposta de revisão dos estatutos para permitir que os militantes sem quotas pagas pudessem votar. Mas a revisão estatutária foi atirada para o conselho nacional e acabou por morrer. Foi incluída numa comissão para a reforma do sistema político, presidida por Pedro Rodrigues, que ainda está em funções.