Os muitos puzzles da Stasi que continuam por resolver

Há quase 30 anos, a abertura dos ficheiros da polícia secreta ajudou muitos alemães de Leste a pacificarem-se com histórias difíceis, seja saber quem matou alguém da família ou porque não se conseguiu um emprego. Mas estes ficheiros ainda encerram segredos. E na ex-RDA ainda há quem não saiba como desatar os nós da sua história.

Foto
BStU/Mulders

Há coisas que levam tempo, muito tempo. Assim é com muita da história da então República Democrática Alemã e da sua instituição mais temida, a Stasi. Nos arquivos da polícia secreta há ainda milhares de sacos cheios de pedaços de papel que tanto pessoas como computadores tentam reconstruir – o maior puzzle do mundo, que pode demorar décadas a ser resolvido. Há ainda milhares de pessoas a querer ver o seu ficheiro, ou o de familiares que morreram entretanto – o tempo médio de espera para consulta destes documentos é, ainda hoje, de mais de um ano. E há ainda muitas pessoas que não descobriram o caminho para lidar com a sua própria história – quanto tempo, por exemplo, vai demorar Ralf Pasch, com quem falamos num café na Avenida Karl Marx, até escrever uma carta ao padrasto que foi agente da Stasi?

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Há coisas que levam tempo, muito tempo. Assim é com muita da história da então República Democrática Alemã e da sua instituição mais temida, a Stasi. Nos arquivos da polícia secreta há ainda milhares de sacos cheios de pedaços de papel que tanto pessoas como computadores tentam reconstruir – o maior puzzle do mundo, que pode demorar décadas a ser resolvido. Há ainda milhares de pessoas a querer ver o seu ficheiro, ou o de familiares que morreram entretanto – o tempo médio de espera para consulta destes documentos é, ainda hoje, de mais de um ano. E há ainda muitas pessoas que não descobriram o caminho para lidar com a sua própria história – quanto tempo, por exemplo, vai demorar Ralf Pasch, com quem falamos num café na Avenida Karl Marx, até escrever uma carta ao padrasto que foi agente da Stasi?