Quando, na transição entre os anos 90 e o novo século, uma nova geração de cineastas surgiu no cinema português, veio também com ela uma abordagem diferente às potencialidades do cinema enquanto meio de expressão com imagens e sons. Pela primeira vez, havia cineastas e filmes que — apesar de não negarem a tradição da modernidade e da liberdade — convocavam outras tradições culturais e outros imaginários. Isso foi um acontecimento, permitindo que o cinema português se abrisse a novos territórios. Uma das vias mais interessantes trilhadas nesses novos caminhos foi percorrida por Miguel Gomes e João Nicolau. Uma via que adaptou o cinema moderno para potenciar o humor, a ironia e o prazer: o cinema como jogo de olhares, pequenos poderes, afectos irresistíveis. Nos filmes de Gomes e Nicolau há um certo número de regras a seguir, em mundos inventados pelo gozo do divertimento, transferindo o seu olhar político para o constante desafio narrativo que produzem. São filmes livres na exploração daquilo que é puramente cinematográfico, vivendo histórias de aventuras ou aproveitando géneros conhecidos — o western, o filme “Disney”, a comédia — para os destruir.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Quando, na transição entre os anos 90 e o novo século, uma nova geração de cineastas surgiu no cinema português, veio também com ela uma abordagem diferente às potencialidades do cinema enquanto meio de expressão com imagens e sons. Pela primeira vez, havia cineastas e filmes que — apesar de não negarem a tradição da modernidade e da liberdade — convocavam outras tradições culturais e outros imaginários. Isso foi um acontecimento, permitindo que o cinema português se abrisse a novos territórios. Uma das vias mais interessantes trilhadas nesses novos caminhos foi percorrida por Miguel Gomes e João Nicolau. Uma via que adaptou o cinema moderno para potenciar o humor, a ironia e o prazer: o cinema como jogo de olhares, pequenos poderes, afectos irresistíveis. Nos filmes de Gomes e Nicolau há um certo número de regras a seguir, em mundos inventados pelo gozo do divertimento, transferindo o seu olhar político para o constante desafio narrativo que produzem. São filmes livres na exploração daquilo que é puramente cinematográfico, vivendo histórias de aventuras ou aproveitando géneros conhecidos — o western, o filme “Disney”, a comédia — para os destruir.