- Este texto do jornalista José Queirós foi publicado originalmente numa edição zero do PÚBLICO, 2 de Janeiro de 1990
A poucos minutos do início de 1990, um grupo de jovens içou a bandeira das Comunidades Europeias [então com 12 países] no mastro da Porta de Brandeburgo, em território leste-alemão. Esvoaçando sobre a quadriga de bronze que encima o mais conhecido monumento de Berlim, as doze estrelas sobre fundo azul esconderam por momentos o martelo e o compasso da bandeira da RDA [República Democrática da Alemanha], despertando o aplauso entusiástico das centenas de milhares de outros jovens que ali tinham afluído — vindos do Leste e do Oeste — para celebrarem, com o Ano Novo, a liberdade de atravessar uma das fronteiras mais absurdas e mortíferas do mundo.