Combater e vencer as Alterações Climáticas
Muita coisa tem de mudar na forma como lidamos com o planeta, mas também no modo como nos governamos e como evoluímos como espécie.
Já associamos Alterações Climáticas a reações violentas do clima como furacões ou inundações, mas ainda não nos sentimos inseguros com fome ou falta de habitação. Mas é disso que se trata! O problema não é tanto a barreira dos 1,50C ou mesmo 20C de temperatura média global, que até nos parece pouco, ou apenas uma mera estatística, mas a fúria dos eventos que o sistema climático cria para dissipar o calor até encontrar um novo equilíbrio. E contra tamanhas fúrias não há defesa que aguente, é preciso mesmo combater e enfraquecer as Alterações Climáticas. Temos de resistir e adaptar-nos ao mesmo tempo que retiramos o carbono da atmosfera e mitigamos as Alterações Climáticas. Para isso há muitas soluções e todas são urgentes mas umas são mais fáceis e imediatas, como andar a pé, enquanto outras, como mudar de energia, são mais complexas e demoradas. Muita coisa tem de mudar na forma como lidamos com o planeta, mas também no modo como nos governamos e como evoluímos como espécie.
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Já associamos Alterações Climáticas a reações violentas do clima como furacões ou inundações, mas ainda não nos sentimos inseguros com fome ou falta de habitação. Mas é disso que se trata! O problema não é tanto a barreira dos 1,50C ou mesmo 20C de temperatura média global, que até nos parece pouco, ou apenas uma mera estatística, mas a fúria dos eventos que o sistema climático cria para dissipar o calor até encontrar um novo equilíbrio. E contra tamanhas fúrias não há defesa que aguente, é preciso mesmo combater e enfraquecer as Alterações Climáticas. Temos de resistir e adaptar-nos ao mesmo tempo que retiramos o carbono da atmosfera e mitigamos as Alterações Climáticas. Para isso há muitas soluções e todas são urgentes mas umas são mais fáceis e imediatas, como andar a pé, enquanto outras, como mudar de energia, são mais complexas e demoradas. Muita coisa tem de mudar na forma como lidamos com o planeta, mas também no modo como nos governamos e como evoluímos como espécie.
A tecnologia atual já nos permite resolver todos os problemas de insustentabilidade que geram as Alterações Climáticas e todos os dias somos surpreendidos por inovações em áreas chave como a energia, os transportes ou a agricultura. No entanto, apesar dessa capacidade, a realidade mostra que emitimos cada vez mais gases com efeito de estufa, porque continuamos a queimar combustíveis fósseis e a destruir mais florestas. Parece que as soluções tecnológicas sustentáveis não vingam porque não abdicamos das insustentáveis, ou melhor, parece existir uma engrenagem que impede a transição. A voracidade dessa engrenagem suportada pelo sistema económico global parece asfixiar quaisquer tentativas alternativas de desenvolvimento estrangulando organizações, países e regiões inteiras. O poder do capitalismo selvagem não pactua com sistemas de produção e consumo descentralizados, não extrativos e não globalizados, porque são esses tentáculos que o alimentam e destroem o planeta. Há quem considere que esta ordem económica possa ser regulada e reformada ao ponto de promover um desenvolvimento sustentável, conforme se apregoa há quatro décadas, mas os factos mostram que desde então nunca abrandou a predação sobre o planeta, antes se agravou.
Para resolver o problema teremos mesmo que transitar para sistemas governativos mais participados, descentralizados, verdadeiramente democráticos em que a política inclua as gerações vindouras, em que a economia inclua todos os custos sociais e ambientais, em que o planeta inclua todas as espécies. Esses sistemas podem ser inspirados em soluções do passado como as sociedades amazónicas pré-colombianas ou a ultrademocracia das montanhas da Nova Guiné, que perduraram de forma sustentável no mesmo território ao longo de milénios. Também podem basear-se em realidades mais próximas como o sistema de referendos da Suíça, ou o governo da Islândia que restaura o maior deserto da Europa. O foco é colocar a sustentabilidade plena e a participação dos cidadãos no topo da agenda política. E não os mercados e o crescimento eterno da economia!
Mas para que as populações voltem a co-evoluir nos seus territórios, o cidadão tem de estar informado, tem de estar mais ligado à sua própria natureza e não tanto à Internet. A natureza humana é curiosa e criativa e pode temporariamente isolar-se, e ficar à mercê de emoções imediatas e egoístas. Pode mesmo infantilizar-se, distrair-se e ficar deslumbrada com a imagem e a velocidade. Pode até acolher divisionismos, abstencionismos e outros populismos.
Mas ser humano é ser sábio, ser solidário, ser conectado com tudo o que o rodeia.
Ainda não recriamos a energia do Sol, nem sabemos se o iremos conseguir, mas conseguiremos sem dúvida vencer as Alterações Climáticas. Para isso teremos de nos juntar e combater nas praias e nos campos, nas ruas e nos parlamentos, sem nunca nos rendermos.
Lutar é vencer!