Carris leva 708 a Sacavém e vai prolongar mais carreiras a Loures
Extensão da 783 e da 725 está planeada para os próximos dois anos. Fernando Medina e Bernardino Soares abrem a porta a uma nova linha de comboio ou metro até Loures.
O autocarro é novo, o empedrado é novo, a paragem é nova. Antiga mesmo só a ambição de trazer a Carris até Sacavém, localidade do concelho de Loures às portas de Lisboa onde até ao início desta semana não entravam carreiras da transportadora municipal lisboeta. O trajecto da 708 foi prolongado um quilómetro e passou a ligar a Urbanização Real Forte ao Martim Moniz.
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O autocarro é novo, o empedrado é novo, a paragem é nova. Antiga mesmo só a ambição de trazer a Carris até Sacavém, localidade do concelho de Loures às portas de Lisboa onde até ao início desta semana não entravam carreiras da transportadora municipal lisboeta. O trajecto da 708 foi prolongado um quilómetro e passou a ligar a Urbanização Real Forte ao Martim Moniz.
A meia centena de metros do novo terminal, que se localiza ainda entre os prédios de tijoleira característicos da urbanização, fica a paragem da Rodoviária de Lisboa, com várias carreiras para a gare do Oriente, Campo Grande e Areeiro. As aparências iludem, avisa Fernando Vaz, coordenador da comissão de utentes de transportes de Sacavém. “Há muitos anos que a população está pessimamente servida de transportes públicos. Estava circunscrita à Rodoviária, com má qualidade e maus horários, sobretudo à noite e ao fim-de-semana”, diz.
A chegada da 708 “é uma pequena conquista, um importante contributo para a mobilidade da população de Sacavém”, afirma Fernando Vaz, que tem mais reivindicações. Quer ver outras carreiras da Carris na freguesia e que a estação de comboios tenha obras. “As pessoas não usam os comboios porque têm medo de o ir apanhar, aquilo é muito inseguro”, afiança.
Aparentemente não há fome que não dê em fartura. A Carris vai estender os percursos da 783 e da 725 até outros locais de Sacavém no decorrer dos próximos dois anos, revela ao PÚBLICO o vereador da Mobilidade de Lisboa, Miguel Gaspar.
A empresa tem actualmente 16 carreiras que ultrapassam as fronteiras do concelho e este número não se deverá alterar muito mais. “Temos estes pedidos em Loures, mas nos outros municípios nem tanto. Até porque as necessidades vão ser supridas com o novo contrato da área metropolitana”, diz Miguel Gaspar. Refere-se aos contratos de concessão que serão feitos a partir do próximo ano com as transportadoras rodoviárias e que, segundo Fernando Medina, se vão traduzir num “aumento de 40% na oferta”.
“É um aumento importantíssimo”, sublinha o autarca de Lisboa e presidente do conselho metropolitano. Extensões de carreiras como estas são coisas “pontuais”, diz Medina, pois os novos contratos prevêem melhoria das acessibilidades dentro dos concelhos e das ligações à capital de distrito.
“Começámos a olhar para estes problemas dos transportes de forma integrada”, felicita-se Bernardino Soares, presidente da câmara de Loures, para quem a extensão da 708 “vai ter importância para todos os habitantes de Sacavém e da zona oriental do concelho”.
Mas o autarca não deixa cair a antiga reivindicação de ter comboio ou metro no município. “Estamos em condições de definir prioridades para o próximo quadro comunitário de apoio”, diz. Fernando Medina vai mais longe: “Uma parte importante do investimento em infra-estrutura pesada tem de ser feito em Loures.”
A 708 começou a circular até Sacavém na terça-feira. Para a voltinha inaugural desta quarta, que levou uma extensa comitiva da urbanização à gare do Oriente e dali de novo até Sacavém, a Carris recorreu a uma das viaturas novas, algo que não acontecerá no dia-a-dia. O que, a julgar pela amostra durante o tempo de espera pelo arranque da sessão, não afasta passageiros. Espera-os um trajecto de pelo menos 24 minutos até ao Oriente e de 1h04, no mínimo, até ao Martim Moniz.