Desemprego baixa para 6,1% e fica no valor mais baixo em 16 anos

Taxa registada no terceiro trimestre fica em valores iguais aos de 2003. Desemprego jovem está nos 17,9%.

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O desemprego diminuiu entre a população com 45 e mais anos Marta Rodriguez

A taxa de desemprego diminuiu para 6,1% no terceiro trimestre (Julho a Setembro), ficando no valor mais baixo em 16 anos. A taxa compara com os 6,3% registados no segundo trimestre (Abril a Junho) e com um nível de desemprego de 6,7% um ano antes, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quarta-feira.

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A taxa de desemprego diminuiu para 6,1% no terceiro trimestre (Julho a Setembro), ficando no valor mais baixo em 16 anos. A taxa compara com os 6,3% registados no segundo trimestre (Abril a Junho) e com um nível de desemprego de 6,7% um ano antes, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quarta-feira.

De Julho a Setembro, havia 323,4 mil pessoas desempregadas em Portugal, menos 5,1 mil do que nos três meses anteriores e menos 29,3 mil do que no terceiro trimestre de 2018.

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A diminuição deve-se sobretudo à redução do nível de desemprego em cinco grupos populacionais: nos homens; nas pessoas com 45 e mais anos; nas pessoas com uma escolaridade até ao terceiro ciclo do ensino básico ou ao ensino secundário e pós-secundário; nas pessoas que estavam à procura de um novo emprego depois de trabalharem nos serviços; e nas pessoas à procura de emprego há mais de um ano.

Com a descida do nível de desemprego para os 6,1%, a taxa fica no valor mais baixo em 16 anos. Para encontrar um valor idêntico é preciso recuar até ao terceiro trimestre de 2003.

A taxa de desemprego dos jovens — dos 15 a 24 anos — está ainda próxima dos 18% (nos 17,9%). Houve uma diminuição de 0,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e de 2,1 pontos percentuais relativamente ao período homólogo, altura em que estava nos 20%.

Entre os 323 mil desempregados, mais de metade estão à procura de emprego há pelo menos um ano. A proporção de desempregados de longa duração foi estimada pelo INE em 52,4%, com 169,3 mil pessoas nesta situação. À procura de emprego há menos de 12 meses estavam outros 154,2 cidadãos.

A taxa de desemprego das mulheres é de 6,9% (aumentou em relação aos três meses anteriores) e a dos homens está em 5,4% (diminuiu).

A população activa aumentou tanto na comparação trimestral em cadeia como na comparação homóloga. O INE estima-a em 5,27 milhões de pessoas, mais 26,1 mil do que nos três meses anteriores e mais 15,7 mil do que no trimestre homólogo de 2018. “Na população empregada (4.947,8 mil pessoas) foi observado um acréscimo trimestral de 0,6% (31,1 mil) e um acréscimo homólogo de 0,9% (45,0 mil)”, indica ainda o INE.

A taxa de desemprego global está num valor mais baixo do que a taxa média anual de 6,3% que o Governo de António Costa projectou no projecto de orçamento apresentado há poucas semanas à Comissão Europeia.

Emprego sobe dos 45 aos 64 anos

Além dos dados sobre o desemprego, a informação divulgada pelo INE nesta quinta-feira permite ver como tem evoluído a criação de emprego. “Do total de pessoas que se encontravam desempregadas no segundo trimestre de 2019, 47,5% saíram dessa situação no terceiro trimestre: 26,0% tornaram-se empregadas e 21,5% transitaram para a inactividade”, nota o INE. Ao mesmo tempo, 1,4% das pessoas que inicialmente tinham um emprego transitaram para o desemprego no terceiro trimestre e 3,4% passam para a inactividade (95,2% das pessoas que estavam no mercado de trabalho continuaram empregadas).

Quando se olha para a trajectória a um ano — comparando este terceiro trimestre com o mesmo período do ano anterior — os dados mostram que foi sobretudo entre os cidadãos dos 45 aos 64 anos que se registou a subida (com a entrada no mercado de trabalho de 46,3 mil pessoas). Muitos destes cidadãos são homens, porque o INE refere que, em termos globais, olhando para todas as faixas etárias, houve um aumento do emprego em 37,2 mil pessoas na população masculina. O aumento do emprego é também visível pela entrada no mercado de cidadãos que completaram o ensino secundário e pós-secundário (108,3 mil), a trabalhar no sector dos serviços (74,2 mil), “sobretudo nas actividades de saúde humana e apoio social” (42 mil).

Em relação aos vínculos contratuais, o INE explica o crescimento do emprego pelo crescimento do número de trabalhadores por conta de outrem (36,8 mil), com contrato sem termo (99,5 mil) e a tempo completo (59,8 mil).

Ao todo, há 4,128 milhões de trabalhadores por conta de outrem, dos quais 3,282 milhões são cidadãos que estão nos quadros, 712 mil são trabalhadores com um contrato de trabalho com termo e 134 mil têm outro tipo de contrato. Há 804,5 pessoas — nas quais se incluem os recibos verdes — contabilizados como trabalhadores por conta própria.

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