Assembleia do Porto chumba proposta de alteração do nome do Super Bock Arena

A proposta de alterar o nome para “Pavilhão Rosa Mota”, seguido da marca “Super Bock Arena”, foi chumbada com 22 contra do PSD e do grupo municipal “Porto, o Nosso Partido”.

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Rosa Mota disse sentir-se "enganada" por darem primazia à marca de cerveja Nelson Garrido

A Assembleia Municipal do Porto chumbou esta segunda-feira a proposta de recomendação da CDU que visava “repor a decisão inicialmente tomada” pela autarquia e alterar a designação do renovado pavilhão Super Bock Arena — Pavilhão Rosa Mota.

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A Assembleia Municipal do Porto chumbou esta segunda-feira a proposta de recomendação da CDU que visava “repor a decisão inicialmente tomada” pela autarquia e alterar a designação do renovado pavilhão Super Bock Arena — Pavilhão Rosa Mota.

“Na nossa opinião, o que a Câmara Municipal decidiu não foi isto, por isso, apelamos à câmara para repor a decisão que tomou no dia 18 de Novembro do ano passado”, defendeu o deputado Rui Sá da CDU.

Na proposta, chumbada com 22 votos contra do grupo municipal “Porto, o Nosso Partido” e do PSD e cinco abstenções de deputados sociais-democratas, os comunistas defendem que o pavilhão deveria designar-se Rosa Mota, nome ao qual se acrescentaria de seguida a marca comercial “Super Bock Arena”.

Também o deputado Pedro Lourenço, do BE, defendeu que a alteração da designação do pavilhão “não teve suporte legal” e que, nesse sentido, a câmara do Porto deveria “corrigir a decisão”.

“O BE apela a que a Câmara Municipal do Porto corrija um erro que está a tempo de ser corrigido”, referiu.

À semelhança do deputado do Bloco, também o socialista Pedro Braga Carvalho afirmou que o acordo estabelecido “não tem validade jurídica própria”, acrescentando que a “violação ficou finalmente cristalizada”.

Já Alberto Machado, deputado do grupo municipal do PSD, afirmou ser “absolutamente indiferente” para o partido a designação do pavilhão, defendendo que a deliberação da alteração do nome cabe à câmara e não à Assembleia Municipal, que considerou estar a fazer um “chiqueiro” sobre a questão.

Por sua vez, Raul Almeida do grupo municipal “Porto, o Nosso Partido” lembrou que “pela primeira vez, em 21 anos, o nome da Rosa Mota está na fachada do pavilhão”.

Em causa está a introdução do nome “Super Bock Arena” antes da designação anterior — Pavilhão Rosa Mota — que, segundo a atleta, resultou de uma decisão tomada à revelia do acordado com a Câmara do Porto.

O consórcio responsável pela reabilitação do pavilhão Rosa Mota no Porto assegurava em 2018 que não se tratava de uma alteração da designação formal, que se manteria Pavilhão Rosa Mota, mas apenas da “adopção suplementar do branding” prevista no caderno de encargos.

O Pavilhão Rosa Mota, agora intitulado “Super Bock Arena — Pavilhão Rosa Mota”, foi inaugurado no dia 28 de Outubro sem a presença da atleta e dos vereadores do PS, PSD e CDU que não se conformam com a “menorização” do nome da campeã olímpica.

Na cerimónia de reabertura, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira passou praticamente ao lado da polémica, enfatizando que antes de haver um Porto conhecido pelo desporto e pela cultura, “já o era devido ao Vinho do Porto”.

A nova designação do Pavilhão Rosa Mota foi já, aliás, adoptada pela aplicação de navegação “Google Maps”, onde o equipamento surge com a designação de “Super Bock Arena — Pavilhão Rosa Mota”.

No dia 8 de Outubro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmava, durante um intervalo na audição dos partidos, para inaugurar o programa desportistas no Palácio de Belém, que “a Rosa Mota é mais importante do que todos os governos ou presidentes de Portugal”.