Reese Witherspoon e Jennifer Aniston unem-se no combate ao assédio sexual
Juntas em The Morning Show, Reese Witherspoon e Jennifer Aniston estão de acordo numa coisa: “Muitos tipos acham que todas as mulheres querem dormir com eles”, dizem numa entrevista ao The Guardian.
Há duas décadas, cruzaram-se pela primeira vez em Friends, quando Reese Witherspoon fez uma aparição relâmpago, em dois episódios, como Jill, uma possível namorada de Ross (David Schwimmer) e um pesadelo para Rachel (Jennifer Aniston), a sua irmã. Agora, as duas actrizes voltaram a cruzar-se em The Morning Show, uma série dramática, que estreou no serviço de streaming Apple TV+, a 1 de Novembro, que protagonizam e produzem, e que conta ainda com Steve Carell, para sempre colado à sua personagem na série The Office.
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Há duas décadas, cruzaram-se pela primeira vez em Friends, quando Reese Witherspoon fez uma aparição relâmpago, em dois episódios, como Jill, uma possível namorada de Ross (David Schwimmer) e um pesadelo para Rachel (Jennifer Aniston), a sua irmã. Agora, as duas actrizes voltaram a cruzar-se em The Morning Show, uma série dramática, que estreou no serviço de streaming Apple TV+, a 1 de Novembro, que protagonizam e produzem, e que conta ainda com Steve Carell, para sempre colado à sua personagem na série The Office.
Numa entrevista ao The Guardian, porém, mais do que falarem sobre a nova ficção, as duas acabam por se focar na realidade, alinhando discursos sobre o combate ao assédio sexual, algo que não é novo nas suas carreiras. “Tive várias experiências de assédio e de agressões sexuais”, confessa Witherspoon, que, há dois anos, revelou ter sido alvo de abuso sexual por parte de um realizador quando tinha apenas 16 anos, tendo, na altura, os seus agentes aconselhado a ficar calada. “Gostava de poder dizer que esse foi um incidente isolado, mas, tristemente, não foi.”
Jennifer Aniston alerta ainda para o perigo de se dizer que a relação foi consensual. “(…) Se se for um narcisista, como muitos destes tipos são, pensa-se ‘claro que todas as mulheres querem dormir comigo’.”
Talvez pela actualidade do assunto, mas também por quererem expor um lado menos gracioso do mundo do espectáculo (ainda que se recusem a nomear quem esteve na origem das agressões reportadas), a série enfrenta, desde logo, o elefante que está bem no meio da sala. A acção arranca com o protagonista masculino, Mitch (Carell), a ser acusado de assédio sexual para surpresa da sua co-apresentadora Alex (Aniston) — numa referência óbvia às acusações feitas a Matt Lauer, em 2017, um apresentador muito popular dos programas da manhã da NBC. “Em vez de dançarmos sobre assunto, decidimos tipo, ‘ok, episódio um — aqui está’”, diz Witherspoon.
As acusações contra Lauer, que viria a ser demitido, causaram choque — o homem foi, por exemplo, acusado de ter um botão na sua mesa que lhe permitia trancar a porta do escritório sem que a mulher que acabara de entrar desse por isso, noticiou na época a Variety. A utilidade do botão viria a ser desmentida numa investigação levada a cabo pela NBC e noticiada pelo New York Times e o Washington Post acabaria por dedicar um artigo a todo o assunto.
Independentemente da veracidade por trás desta e de outras histórias, Witherspoon nota que o importante “é mudar as estruturas de poder”. “Só o facto de eu e Aniston estarmos a produzir o nosso próprio material [mostra como] as coisas estão a começar a melhorar em termos de igualdade de representação [de género] nas salas do poder — isso evitará a má conduta no local de trabalho.”