A paridade está mais perto: 46,3% de mulheres na Web Summit

Em 2017, taxa de participação feminina rondava os 40%, em 2018 foi de 44,5%. Na maior Web Summit de sempre, a presença das mulheres voltou a crescer.

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O ano passado esta fotografia do arranque da Web Summit gerou polémica pela ausência das mulheres. Em 2018, como em 2019, elas estão lá, mas quando se olha para os 1206 oradores que foram convidados este ano para subir ao palco, fica a sensação de que a presença feminina continua a não será tão numerosa assim. Miguel Manso

Se os conselhos de administração das empresas fossem como as plateias e palcos da Web Summit, a sub-representação das mulheres não seria tão notória quanto ainda continua a ser. A três horas de abrir a porta para a edição 2019, a organização da grande conferência tecnológica de Lisboa divulgou as primeiras estatísticas e a presença feminina volta a crescer, para 46,3%, num ano em que o número total de presenças também bate um novo recorde.

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Se os conselhos de administração das empresas fossem como as plateias e palcos da Web Summit, a sub-representação das mulheres não seria tão notória quanto ainda continua a ser. A três horas de abrir a porta para a edição 2019, a organização da grande conferência tecnológica de Lisboa divulgou as primeiras estatísticas e a presença feminina volta a crescer, para 46,3%, num ano em que o número total de presenças também bate um novo recorde.

Na edição 2018, a presença feminina tinha sido de 44,5%, em 70 mil participantes. A conferência-irmã da Web Summit, a Collision, no Canadá, teve uma taxa de participação feminina de 45,7%, o que significa que a versão portuguesa (que é a maior das três que anualmente são feitas pela empresa de Paddy Cosgrave) da reunião magna da tecnologia é a maior em número de participantes e de presença feminina.

Em Portugal, como o PÚBLICO noticiou recentemente, as mulheres estão cada vez mais representadas em órgãos de decisão — passaram de 14,3% em 2016, antes da entrada em vigor da lei, para 24,8%, nos números de Abril de 2019. Porém, se é verdade que há mais mulheres nos centros de decisão, o diagnóstico mostra que elas ainda têm pouco poder

A “meca” da tecnologia, Silicon Valley, continua a ser dominada por homens, frequentemente é notícia ou objecto de artigos que retratam esta região vanguardista da tecnologia como “sexista”. Portugal era, segundo o Instituto Europeu da Igualdade de Género o país em que a participação das mulheres na tecnologia mais crescia.

Dados revelados em 2018 e relativos a 2016 (ano de estreia da Web Summit em Portugal) indicavam que a percentagem de mulheres nesse sector passou de 11,9% em 2012 para 16,1% em 2016. Mesmo assim, a taxa portuguesa continuava abaixo da média europeia (17%).

Na abertura da Web Summit participa uma empresária portuguesa, Daniela Braga, que fundou uma empresa de Inteligência Artificial com escritórios nos EUA e em Portugal.

A partir desta segunda-feira e até quinta-feira, 70.469 pessoas, de 163 países, vão passar pela Altice Arena, onde está o palco principal, e pela FIL, que recebe os palcos secundários e as conferências temáticas. Os bilhetes de entrada tinham esgotado na sexta-feira, 1 de Novembro. Reino Unido, Alemanha, Brasil e Estados Unidos são quatro dos países mais representados, destaca a organização.

Quase metade desta tribo é do género feminino, que volta a aproximar-se um pouco mais da paridade nesta amostra de empresários, gestores, empreendedores, investidores e decisores que povoam o Parque das Nações durante os quatro dias da conferência. Quando se olha para os 1206 oradores que foram convidados a subir ao palco em 2019, fica a sensação de que a presença feminina não será tão numerosa assim. A organização não divulgou números específicos nessa matéria. No ano de 2017, as mulheres constituíam apenas um terço dos 1200 oradores e dois em cada cinco (40%) dos 60 mil participantes da Web Summit.

Certo é que, em 2019, há 2526 jornalistas credenciados para a cobertura da conferência, 2150 empresas startup nas áreas de exposição1221 investidores e 239 empresas que são parceiros da organização.