Parque Oriental do Porto vai ter projecto de Álvaro Siza
Rui Moreira convidou o arquitecto para desenhar uma estrutura fixa para o parque em Campanhã. Um local de repouso, meditação e, eventualmente, música. Álvaro Siza deve iniciar o projecto em breve.
O desafio partiu do presidente da Câmara do Porto e Álvaro Siza já aceitou. O mais premiado arquitecto português vai projectar uma estrutura para o Parque Oriental do Porto, confirmou o próprio ao PÚBLICO. Para já, Álvaro Siza ainda não iniciou o trabalho, não tendo definido exactamente o que fará neste parque em Campanhã. O pedido de Rui Moreira, explicou, foi para que apresentasse “uma proposta para um local de repouso, meditação e música, eventualmente”, a instalar na zona do parque que pareça mais adequada ao arquitecto.
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O desafio partiu do presidente da Câmara do Porto e Álvaro Siza já aceitou. O mais premiado arquitecto português vai projectar uma estrutura para o Parque Oriental do Porto, confirmou o próprio ao PÚBLICO. Para já, Álvaro Siza ainda não iniciou o trabalho, não tendo definido exactamente o que fará neste parque em Campanhã. O pedido de Rui Moreira, explicou, foi para que apresentasse “uma proposta para um local de repouso, meditação e música, eventualmente”, a instalar na zona do parque que pareça mais adequada ao arquitecto.
Rui Moreira havia, abertamente, tornado público o convite, no passado dia 19 de Outubro, durante a cerimónia de abertura da Casa São Roque, construção com origem no século XVIII que se propõe acolher e mostrar a arte contemporânea na zona oriental da cidade. A autarquia quer ter no Porto uma estrutura do mesmo género da que Siza projectou para a Bienal de Veneza, em 2013, ou aquela que desenhou com Souto de Moura, a convite da galeria Serpentine, para o Hyde Park, em Londres, em 2005. Nesses dois casos, porém, as estruturas eram efémeras – embora, em Itália, o pavilhão tenha acabado por ter uma vida mais longa. Para o Porto, Álvaro Siza projectará algo para ficar, confirmou ao PÚBLICO Rui Moreira.
A obra, em Campanhã, freguesia anunciada pelo executivo do autarca como prioritária no seu programa, virá juntar-se a outras do arquitecto na cidade, como o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, a Casa Atelier da artista Armanda Passos, o Bairro da Bouça ou a remodelação da Avenida dos Aliados.
O Parque Oriental, da autoria do arquitecto paisagista Sidónio Pardal, o mesmo autor do Parque da Cidade, viu os seus primeiros dez hectares inaugurados em 2010, duas décadas depois de o então presidente da câmara, Fernando Gomes, ter nomeado aquela obra como estruturante para o Porto. O espaço de declives acentuados teve no final de Outubro a inauguração oficial de “mais 180 mil metros quadrados de área”, dispondo agora de “2500 árvores” e diversos passadiços de madeira ao longo do Rio Tinto (já despoluído), numa cerimónia onde o presidente Rui Moreira esteve na companhia da atleta olímpica Rosa Mota, antes da polémica à volta da nomenclatura e do logótipo do renovado Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota.
O Parque Oriental terá, com a obra de Álvaro Siza, mais um foco de atracção, cumprindo uma estratégia que a Câmara do Porto já havia assumido: a de apostar numa “descentralização de iniciativas”, fazendo de Campanhã um lugar a visitar, como explicou ao PÚBLICO em Julho, quando a despoluição do Rio Tinto terminou. Nessa mesma altura, Sidónio Pardal falava da sua obra como uma composição “lenta” (“Os parques são sempre espaços em construção”) e das expectativas para o futuro: “Na próxima década a cidade vai absorver e centralizar muito toda aquela zona de Campanhã”, antevia. Para o parque, o arquitecto paisagista tem programadas intervenções para a Quinta da Revolta, os núcleos rurais (onde ainda mora gente) e as margens do rio e planeou um desenvolvimento capaz de “conviver o mais possível com a habitação, comércio e serviços”. Mas sem instalação de cafés ou restaurantes: “Isso é fora. Um parque é um lugar de sossego”, defendia, falando no seu parque na freguesia mais carenciada do Porto como um espaço para uma espécie de “detox urbano”. Com Sérgio C. Andrade