“O peixe é inteligente. Quando vê uma mancha de petróleo, foge”. Bolsonaro diz que consumo é seguro
Jorge Seif Júnior, secretário de Estado da Aquicultura e Pesca de Bolsonaro, garantiu que “inúmeros testes” comprovam que animais da zona afectada pelo derrame de petróleo no Nordeste do Brasil não foram contaminados. Especialistas aconselham cautela.
O Governo de Jair Bolsonaro assegurou que é totalmente seguro consumir peixe e marisco das águas assombradas pela mancha de petróleo que afecta uma enorme extensão das águas do Nordeste do Brasil. Mas explicação dada por Jorge Seif Júnior, secretário da Aquicultura e Pesca, surpreendeu quem assistia às suas afirmações, transmitidas em tempo real. “O peixe é um bicho inteligente. Quando vê uma manta de óleo, capitão [Jair Bolsonaro], foge, tem medo. Então, obviamente que pode consumir o seu peixinho sem problema nenhum. Lagosta, camarão, tudo perfeitamente saudável”, explicou o membro do Governo brasileiro.
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O Governo de Jair Bolsonaro assegurou que é totalmente seguro consumir peixe e marisco das águas assombradas pela mancha de petróleo que afecta uma enorme extensão das águas do Nordeste do Brasil. Mas explicação dada por Jorge Seif Júnior, secretário da Aquicultura e Pesca, surpreendeu quem assistia às suas afirmações, transmitidas em tempo real. “O peixe é um bicho inteligente. Quando vê uma manta de óleo, capitão [Jair Bolsonaro], foge, tem medo. Então, obviamente que pode consumir o seu peixinho sem problema nenhum. Lagosta, camarão, tudo perfeitamente saudável”, explicou o membro do Governo brasileiro.
Jorge Seif Júnior garantiu que os “inúmeros testes” feitos aos peixes da zona mostraram que os animais não foram contaminados pelo petróleo. “Podem consumir pescado, está avaliado pelo Ministério da Agricultura”, afirmou, com o objectivo de tranquilizar os consumidores que se questionam se é seguro comer os peixes e mariscos do Nordeste.
Após a explicação do secretário, o Presidente do Brasil admitiu que a mancha de petróleo poderá afectar alguns animais na zona do Nordeste. “Obviamente que, de vez em quando, pode ficar uma tartaruga presa na mancha de óleo. Pode ficar também um peixe ou um golfinho, mas tudo bem”, finalizou Bolsonaro, minimizando a ameaça a ecossistemas fundamentais, à economia local e à subsistência de várias comunidades piscatórias.
Alguns especialistas ouvidos pelo Portal UOL contradizem o Governo, afirmando que a mancha de petróleo irá, inevitavelmente, contaminar o ecossistema marinho. "No caso do petróleo, vai contaminar todo o ambiente. Vai mudar as características da área. E os animais que vivem naquele ambiente vão estar sujeitos ao contacto directo com essa substância, de uma forma ou de outra”, explica Pedro de Podestà Uchôa, do Departamento de Biologia da Universidade de Brasília. O especialista aconselha alguma cautela no consumo destes peixes.
A Polícia Federal do Brasil fez, esta sexta-feira, buscas em escritórios no Rio de Janeiro ligados a um navio grego suspeito de ter causado o derrame de petróleo que atinge a costa Nordeste do país, no âmbito da Operação Mácula, que investiga os motivos as origens deste desastre ambiental.
As primeiras manchas foram detectadas a 30 de Agosto, espalhando-se com as correntes marítimas. Esta maré negra já atingiu pelo menos 286 praias em 98 cidades, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em comunicado, a Polícia Federal afirmou que a localização da mancha inicial de petróleo em águas internacionais foi registada a cerca de 700 km da costa brasileira, em sentido leste, não se conhecendo ainda a extensão da mesma.