Treinar e usar óculos – afinal, qual é o problema?

Só quem vê mal conhece o dilema: como treinar e usar óculos em simultâneo? Com as possibilidades hoje disponíveis este problema deixou de o ser. Não se limite.

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Sabe-se que a prática de exercício físico é uma das melhores formas de se prevenir problemas de saúde, gerir doenças crónicas e, no fundo, assegurar o bem-estar geral. Mas há situações que limitam a predisposição – ou até a capacidade – para treinar. É o que sentem frequentemente as pessoas com problemas de visão. Se optam por não usar óculos durante a prática da actividade, não só comprometem o desempenho (ficando impossibilitados de seguir a trajectória de uma bola, por exemplo), como podem pôr em risco a sua integridade física e até a de outras pessoas. Mas se decidem usá-los, há um enorme número de questões com que têm de se preocupar, como não os deixar escorregar ou cair, não parti-los (em desportos de contacto ou com bola pode ser difícil), superar o embaciamento (que se forma com a transpiração e a humidade) ou lidar com a chuva, entre outros.

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Sabe-se que a prática de exercício físico é uma das melhores formas de se prevenir problemas de saúde, gerir doenças crónicas e, no fundo, assegurar o bem-estar geral. Mas há situações que limitam a predisposição – ou até a capacidade – para treinar. É o que sentem frequentemente as pessoas com problemas de visão. Se optam por não usar óculos durante a prática da actividade, não só comprometem o desempenho (ficando impossibilitados de seguir a trajectória de uma bola, por exemplo), como podem pôr em risco a sua integridade física e até a de outras pessoas. Mas se decidem usá-los, há um enorme número de questões com que têm de se preocupar, como não os deixar escorregar ou cair, não parti-los (em desportos de contacto ou com bola pode ser difícil), superar o embaciamento (que se forma com a transpiração e a humidade) ou lidar com a chuva, entre outros.

Mais exercício melhor visão

Perante tantas dificuldades, são muitos os que abandonam a prática de exercício, com todas as consequências negativas que daí resultam, inclusivamente para a saúde dos próprios olhos. Isto porque a actividade física tem também vantagens directas na saúde ocular. Embora ainda pouco divulgados, estes benefícios têm vindo a ser testados e validados pela ciência nos últimos anos. Por exemplo, num estudo publicado no Journal of Neuroscience concluiu-se que o exercício aeróbico pode atrasar a degenerescência da retina, um problema que constitui a principal causa de cegueira irreversível nos países ocidentais entre pessoas com mais de 50 anos. Conclusões semelhantes foram alcançadas noutra investigação, em que ficou demonstrado que quem pratica regularmente corrida ou caminhada tem menor risco de desenvolver cataratas. Já em relação ao glaucoma - outra importante causa de cegueira, esta causada pela hipertensão intra-ocular – começa a existir alguma evidência das vantagens do exercício, tendo uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia, EUA, encontrado uma redução de 73% do risco de desenvolver esta doença entre pessoas mais activas fisicamente.

Confira na nossa fotogaleria algumas das opções disponíveis nas lojas Alberto Oculista para a prática desportiva.

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D.R.

Óculos ou lentes de contacto?

As vantagens da actividade física são reforçadas por António Morais, optometrista da Alberto Oculista, segundo o qual, “a visão é importante e essencial no desporto, quer o encaremos de forma pessoal ou colectiva, lúdica ou profissional”. Nesse sentido, lembra que foram desenvolvidos produtos e técnicas “para que o desportista não encontre limitações visuais e até possa desenvolvê-las e melhorá-las”. 

São duas as opções para quem tem problemas de visão e quer praticar exercício: lentes de contacto ou óculos. De acordo com o especialista, “a lente de contacto mole destaca-se, seja de silicone hidrogel ou hidrogel”. A escolha justifica-se, porque “na maior parte dos desportos, sejam indoor ou outdoor, é necessária alguma liberdade, sobretudo na zona da cabeça”. Neste caso, “a lente de contacto preferencial é a de substituição diária, podendo ser usada quando a pessoa quiser”, explica.

Quanto às dúvidas que as lentes de contacto ainda suscitam, António Morais refere que estas “evoluíram muito nos últimos anos o que também permitiu estender o seu uso à população infantil”. “No mercado já existem lentes de contacto diárias para crianças, que podem ser usadas em regime de alternância com os óculos, ficando as lentes de contacto para as aulas de educação física e para outras situações desportivas”, sugere.

Em relação aos óculos, salienta que “estes têm de ter alguma resistência e servir os vários tipos de desporto”, chamando a atenção para o facto de o andebol e o basquetebol exigirem um tipo de armação diferente da natação ou do mergulho, por exemplo. A este propósito, realça que “no mercado existem várias marcas de armações destinadas à prática desportiva”, caracterizados por serem “fabricadas com material resistente e ficarem bem presas ou acomodadas à face do usuário para absorver algum choque”. Já as lentes “devem ser de policarbonato, por ser um material mais resistente ao choque e à ruptura, devendo ainda incluir protecção ultravioleta, importante para as actividades no exterior”, esclarece o optometrista.