Crédito Agrícola lança o moey! para concorrer com o Revolut e N26
Solução digital garante pagamentos com cartão sem custos em qualquer parte do mundo e não cobra despesas de manutenção de conta. E é mais um concorrente à forma tradicional de fazer banca.
Do campo para a cidade. O grupo Crédito Agrícola, até agora com forte presença em zonas rurais, criou uma aplicação bancária para telemóveis, a moey!, especialmente pensada para clientes urbanos. Focada, numa primeira fase, na gestão de pagamentos e poupanças automáticas, a nova marca quer ser um banco digital, com oferta de crédito pessoal/cartões de crédito.
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Do campo para a cidade. O grupo Crédito Agrícola, até agora com forte presença em zonas rurais, criou uma aplicação bancária para telemóveis, a moey!, especialmente pensada para clientes urbanos. Focada, numa primeira fase, na gestão de pagamentos e poupanças automáticas, a nova marca quer ser um banco digital, com oferta de crédito pessoal/cartões de crédito.
Com a aplicação (app) financeira, desenvolvida em parceria com a Meniga, fintech islandesa, o Crédito Agrícola pretende dar um salto da banca tradicional para a digital, sem ter passado pela fase intermédia do homebanking, de acesso por computador, que Ricardo Madeira considera ser “já pouco valorizada pela faixa etária entre os 25 e os 40 anos”.
“O que estamos a lançar é uma proposta de valor muito atractiva”, adiantou ao PÚBLICO o director da moey!, que estabelece como seus concorrente directos não as aplicações que estão a ser lançadas pelos bancos nacionais, mas os novos protagonistas como a Revolut ou a N26. E para seguir esse caminho, Ricardo Madeira adianta que a solução tecnológica que será apresentada ao público na próxima semana, na Web Summit, “tem características inovadoras ao nível da categorização de despesas e localização geográfica onde foram realizadas (o que facilita a identificação de eventuais fraudes), e da gestão automática de poupanças, mas também ao nível dos custos”.
O acesso à app implica a abertura de uma conta de depósitos à ordem no Crédito Agrícola (por meio digital, incluindo videoconferência), que “não terá custos ou comissões de manutenção, e que dá acesso a cartões de débito físicos e virtuais”. Adianta que “os cartões permitem levantamentos de dinheiro em toda a rede multibanco e pagamentos em TPA (terminais de pagamento automáticos) no estrangeiro sem custos”. A aplicação, que integra o MB Way e a Apple Pay, também permite transferências imediatas através de telemóveis, como a partilha de despesas, gratuitas. As transferências a crédito entre contas domiciliadas noutros bancos (com indicação de IBAN) não têm custos até 40 operações mensais.
Até ao final do primeiro trimestre será possível agregar no moey! contas de pagamento que os utilizadores tenham noutros bancos, uma das funcionalidades criadas pela directiva comunitária dos pagamentos (PSD 2), a chamada open banking. Com esta funcionalidade, oferecida com maior o menor inovação pelos restantes bancos, o cliente fica com uma panorâmica dos seus saldos e gastos.
E o moey! vai ganhar dinheiro onde? Ricardo Madeira começa por destacar os custos bem mais reduzidos da estrutura, face à rede de agências, e depois adianta a ambição de crescer para a oferta de crédito pessoal, a lançar durante 2020. As operações de pagamento nos TPA são gratuitas para os clientes, mas têm custos para os comerciantes ou prestadores de serviços.
O moey!, disponível na Play Store e na App Store, não pretende concorrer com o negócio tradicional do Crédito Agrícola, que continuará com “uma oferta de relação, nomeadamente na concessão de empréstimos, como à habitação, e aplicações financeiras”, explica, acrescentando que o segmento digital pretende ser “uma oferta de proximidade, o telemóvel”.
“Pretendemos, com os nossos parceiros (Mastercard e Microsoft), ser um laboratório de novas soluções bancárias, especialmente dirigidas aos clientes que alugam casa, viajam e fazem compras online”, reforçou.