Mia Couto e a memória do monstro sueco

A propósito de O Universo num Grão de Areia, uma conversa que lembra marcas importantes na biografia do escritor moçambicano – o pai, a Beira, as lutas políticas e a Biologia – que confessa: “Se tivesse os dois pés na literatura acho que enlouquecia”.

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Grant Lee Neuenburg

Enquanto escreve um novo livro de ficção, ambientado na sua cidade da Beira, Moçambique, no fim do período colonial, Mia Couto publicou uma colecção de ensaios escritos ao longo da última década, a maioria para serem lidos em entregas de prémios, conferências, apresentações. Com algumas arestas da oralidade limadas para se fazerem escrita, não deixam de ser textos com marcas que convidam à leitura em voz alta, que buscam o efeito na audiência, em deixar frases a ecoar nos ouvidos, ou não fossem, como explica previamente o autor, textos de “intervenção cívica”.