Jeremy Corbyn aceita eleições antes do Natal no Reino Unido
Líder trabalhista prometeu lançar “a mais ambiciosa e radical campanha eleitoral que o país já viu” e o Labour deverá dar luz verde à proposta de lei do Governo, apresentada esta terça-feira no Parlamento. Johnson quer eleição a 12 de Dezembro, mas a oposição tentará adiantar a data em alguns dias.
Tudo indica que o Reino Unido terá eleições antecipadas em Dezembro. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou esta terça-feira que estão reunidas as condições para o partido apoiar a realização de legislativas antes do Natal, uma mudança de posição que deverá oferecer ao Governo de Boris Johnson os votos suficientes para aprovar uma proposta de lei no Parlamento com esse propósito esta tarde.
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Tudo indica que o Reino Unido terá eleições antecipadas em Dezembro. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou esta terça-feira que estão reunidas as condições para o partido apoiar a realização de legislativas antes do Natal, uma mudança de posição que deverá oferecer ao Governo de Boris Johnson os votos suficientes para aprovar uma proposta de lei no Parlamento com esse propósito esta tarde.
“Ouvimos agora a União Europeia confirmar a extensão da aplicação do prazo do artigo 50 até 31 de Janeiro, por isso, nos próximos três meses, a nossa exigência de retirar o no-deal de cima da mesa foi garantida. Vamos agora lançar a campanha eleitoral mais ambiciosa e radical que este país já viu”, prometeu Corbyn, numa intervenção aos jornalistas, em ambiente de pré-campanha. “Mal posso esperar por ir para as ruas. O Labour vai estar em todas as cidades e vilas deste país a oferecer uma mensagem de verdadeira esperança nos temas em que o Governo nada oferece”.
A Câmara dos Comuns vai decidir sobre a convocação de eleições para o dia 12 de Dezembro, depois de na segunda-feira os deputados terem rejeitado uma primeira tentativa do Governo para o conseguir. Nos termos do Fixed-term Parliaments Act (FTPA), a lei que define as regras para a convocação de eleições, Johnson necessitava do apoio de pelo menos dois terços da câmara (434 deputados). A moção teve o voto favorável de 299 eleitos e a abstenção dos trabalhistas ditou o seu chumbo.
A votação desta terça-feira, no entanto, requer apenas uma maioria simples para ser aprovada, uma vez que se trata de uma proposta de lei que tem como objectivo servir de emenda temporária ao FTPA. Com a previsível mudança de orientação de voto dos trabalhistas, a proposta pode ser aprovada e as eleições antecipadas convocadas.
A principal dúvida da votação está relacionada com a data concreta das legislativas. O Governo propôs novamente o dia 12 de Dezembro, mas os Liberais-Democratas e o Partido Nacional Escocês (SNP) preferem fixar a data no dia 9, para permitir que os estudantes universitários – que entram de férias no dia 13 e que são uma componente relevante do seu eleitorado – não tenham constrangimentos no exercício do seu voto.
Prevê-se, por isso, que sejam apresentadas emendas, esta tarde, para alterar a data da votação, entre outras sugestões. Segundo os media britânicos, o Governo está disposto a ceder até 10 ou 11 de Dezembro para conquistar o apoio dos partidos da oposição.
Sem maiorias estáveis, há muito que o Parlamento britânico está bloqueado e não consegue decidir o rumo para a saída do Reino Unido da União Europeia. Boris Johnson bem tentou forçar a aprovação do acordo que renegociou com Bruxelas, mas foi obrigado por lei a aceitar o adiamento do “Brexit” até 31 de Janeiro de 2020, confirmado pelos 27.
A falta de soluções em Westminster acabou por levar os partidos a chegarem à conclusão que só uma eleição pode ajudar a desbloquear o divórcio e permitir que o país conclua um processo que já se arrasta há três anos e meio.
O Partido Conservador de Johnson lidera as intenções de voto (36%): tem uma vantagem de 13% face aos trabalhistas (23%), de acordo com uma sondagem da YouGov da semana passada. Em terceiro estão os Liberais-Democratas (18%), seguidos do Partido do Brexit (12%).