Airbus investe 40 milhões em unidade em Santo Tirso

Gigante da aviação mundial escolhe distrito do Porto para fábrica de subsidiária que fabrica aeroestruturas, assentos de piloto e de passageiros.

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A Stelia Aerospace produz assentos para pilotos e passageiros, além de outros componentes usados pela aviação Fabian Bimmer/reuters/ARquivo

A Stelia Aerospace, uma empresa do universo Airbus, vai investir 40 milhões de euros na abertura de uma nova linha de montagem em Santo Tirso, distrito do Porto. A empresa tem cinco unidades e diversas subsidiárias em África e na América, onde produz aeroestruturas, assentos de piloto e assentos de passageiros de Primeira Classe e Classe Executiva. Agora prevê criar 240 postos de trabalho, “30 dos quais altamente qualificados” em Santo Tirso, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira.

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A Stelia Aerospace, uma empresa do universo Airbus, vai investir 40 milhões de euros na abertura de uma nova linha de montagem em Santo Tirso, distrito do Porto. A empresa tem cinco unidades e diversas subsidiárias em África e na América, onde produz aeroestruturas, assentos de piloto e assentos de passageiros de Primeira Classe e Classe Executiva. Agora prevê criar 240 postos de trabalho, “30 dos quais altamente qualificados” em Santo Tirso, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira.

A empresa factura 2200 milhões de euros por ano – mais ou menos o mesmo do que poderá valer a venda da Brisa, concessionária das auto-estradas, segundo o negócio anunciado na semana passada. Tem 7000 trabalhadores (4500 em França e 2500 na América do Norte, Tunísia e Marrocos) que projectam e fabricam desde secções de fuselagem para todo o grupo Airbus, asas para ATR, fuselagens centrais para a Bombardier e componentes complexos metálicos e compósitos para a Boeing (a maior concorrente da Airbus), a Embraer, a Northrop-Grumman.

A linha de montagem irá ocupar 72 mil metros quadrados na Zona Empresarial, segundo revelou a Câmara de Santo Tirso. É “um dos maiores e mais importantes investimentos de sempre no concelho”, exulta o autarca local, Alberto Costa (PS). A oportunidade de ganhar uma nova fábrica para este concelho de pouco mais de 70 mil habitantes começou a desenhar-se em Janeiro. Num concelho em que 60% das receitas são do sector secundário e 66% do valor acrescentado bruto vem do esforço da indústria, a diversificação industrial é bem-vinda, para diminuir o peso do têxtil e vestuário, que representa 44% do volume de negócios na indústria local.

“Como todos sabemos, nesta área é comum que outras empresas do cluster industrial se juntem e, por isso, esperamos que outros investimentos surjam”, afirma o presidente da autarquia. “Estamos a falar de uma empresa altamente especializada, o que vai de encontro, também, àquelas que são as expectativas da Câmara de Santo Tirso, de que seja criado emprego qualificado.”

A notícia do interesse estrangeiro tinha sido avançada no sábado pelo semanário Expresso, que porém não revelava o nome do investidor e noticiou números sobre postos de trabalho novos (400) que acabam por não se confirmar. Porém, a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal confirma agora que a escolha desta empresa recaiu sobre Portugal. As razões, diz a agência, são a “relevante experiência no sector aeronáutico, a disponibilidade de talento, a integração na Zona Euro e a proximidade geográfica com as localizações francesas da Stelia Aerospace” (o que facilita a logística), lê-se numa nota distribuída pela mesma entidade pública, responsável pela captação de investimento estrangeiro em Portugal.

“Esta nova unidade desenvolverá as actividades de montagem de subconjuntos de estruturas aeronáuticas, que serão depois exportadas para as unidades da Stelia Aerospace de Méaulte e Rochefort, em França, para aí serem integradas. A actividade começará no final [de 2019] e aumentará progressivamente para atingir a velocidade cruzeiro até 2023”, lê-se ainda.

É um investimento que “reforça a posição de Portugal no sector aeronáutico”, considera por seu lado o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que nesta terça-feira de manhã visitou uma outra empresa do concelho de Santo Tirso, de capitais suíços, que fornece revestimento de assentos e tapetes a 320 companhias aéreas de todo o mundo. “O sector aeronáutico não existia há coisa de uma década, hoje em dia já é responsável por 1,4% do PIB, fortemente virado para as exportações, e continuamos a atrair investimento qualificado neste sector”, argumenta o governante.”É uma boa notícia para o país.”

“A criação desta nova unidade faz parte da estratégia da criação da Stelia Aerospace”, diz Cédric Gautier, presidente-executivo desta subsidiária da Airbus. “Isso também permitirá absorver potenciais aumentos de actividade dos nossos clientes”, destaca.