Notre-Dame e Rapa Nui estão entre os 25 tesouros patrimoniais em risco, declarou o World Monuments Fund
Não há exemplares portugueses na nova lista deste organismo internacional, que na próxima Primavera anunciará o lote de monumentos que beneficiarão de financiamento para obras de conservação.
A Catedral de Notre-Dame, em Paris, o parque de Rapa Nui, no Chile, e o Vale Sagrado dos Incas, no Peru, estão entre os 25 monumentos mais ameaçados do mundo, anunciou esta terça-feira o World Monuments Fund (WMF), com sede em Nova Iorque. Desta lista, “um grupo de monumentos” será seleccionado na Primavera de 2020 para beneficiar de financiamento para projectos de reconstrução ou de conservação e restauro (um total de um milhão de dólares, com o patrocínio da American Express). Este ano não há sítios portugueses na lista.
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A Catedral de Notre-Dame, em Paris, o parque de Rapa Nui, no Chile, e o Vale Sagrado dos Incas, no Peru, estão entre os 25 monumentos mais ameaçados do mundo, anunciou esta terça-feira o World Monuments Fund (WMF), com sede em Nova Iorque. Desta lista, “um grupo de monumentos” será seleccionado na Primavera de 2020 para beneficiar de financiamento para projectos de reconstrução ou de conservação e restauro (um total de um milhão de dólares, com o patrocínio da American Express). Este ano não há sítios portugueses na lista.
Os 25 monumentos elencados pelo WWF “enfrentam grandes ameaças, como urbanizações invasoras, agitação política, desastres naturais e conflitos violentos, ou apresentam oportunidades de conservação convincente”, resume aquela organização não-governamental dedicada à preservação de lugares com valor histórico e cultural.
Além dos monumentos supracitados, dos quais a Catedral de Notre-Dame será aquele cujo destino recente mais impressionou o Ocidente, na sequência do incêndio que em Abril a destruiu parcialmente, fazem parte da lista o Santuário Mam Rashan, no Iraque, a Casa-Patio Axerquía, em Córdova, Espanha, o San Antonio Woolworth Building (EUA), marco histórico da luta dos direitos civis no país, ameaçado de demolição por um plano de urbanização, ou Koutammakou, no Nordeste do Togo, território histórico da tribo Batammariba. Rapa Nui (ou Ilha da Páscoa), no Chile, e o Bairro Gingerbread em Port-au-Prince são repetentes na lista: o parque chileno já esteve sob a vigilância do WMF em 1996 e em 2010 e as casas haitianos foram alvo deste alerta em 2010 e 2012.
Outros monumentos em risco são Ontario Place, no Canadá, o Palácio Alexan, no Egipto, o Parque Nacional Tusheti, na Geórgia, e os Sistemas Hídricos Históricos da Meseta Deccan, na Índia, país que tem dupla presença na lista, uma vez que do ranking de bens ameaçados do WMF consta também o Estádio Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad. O Japão também bisa, com os Banhos Inari-yu, em Tóquio, e o Bairro de Iwamatsu, em Uwajima. O Canal Nacional da Cidade do México, o Santuario Choijin Lama, na Mongólia, as Quintas Tradicionais em Teca Birmanesa, em Myanmar, e as Chivas e Chaityas do Vale de Katmandu, no Nepal, também ficam agora sob vigilância.
No Paquistão identificou-se risco para o Bazar de Anarkali, em Lahore; na Polónia o WMF considera estar ameaçada a Capela Kindler, no Cemitério Evangélico de Pabianice. No Reino Unido assinala-se o Viaduto de Bennerley, nos EUA há ainda a registar os planos governamentais que põem em perigo o Monumento Nacional Bear Ears, considerado terra sagrada pelas comunidades indígenas do Utah, e o Bairro Histórico de Central Aguirre, em Porto Rico. A lista encerra com as Casas Tradicionais do Bairro Judeu de Bukhara, no Uzbequistão.
O inventário do WMF abarca este ano 22 países, com o maior número de bens em risco concentrado na Ásia. Da lista constam cinco locais classificados como Património da Humanidade pela UNESCO: Notre-Dame, Rapa Nui, Bukhara, partes do Vale de Katmandu e Koutammakou.
O WMF já financiou parcialmente intervenções em monumentos portugueses, como o Mosteiro dos Jerónimos, a estátua equestre de D. José I ou o Jardim Botânico de Lisboa. Nos últimos anos, vários bens patrimoniais portugueses, do Parque Arqueológico do Vale do Côa ao Teatro Capitólio, integraram estas listas de alerta. Segundo o site do WMF, a secção portuguesa do WMF é presidida por José Blanco e tem como vice-presidente a antiga directora do Mosteiro dos Jerónimos, Isabel Cruz de Almeida.