Que havemos de fazer aos nossos jovens? Pais, ajudem os professores!
Sempre ouvi dizer que uma boa educação só é possível quando todos os responsáveis “remam” para o mesmo lado. Se todos nos unirmos, talvez seja possível voltar a sonhar com um país culto, instruído e com boa formação moral.
Muitos têm sido os desabafos de colegas que, aproveitando aquilo que escrevi há dias, me dão conta de situações que nunca imaginei que pudessem acontecer. Pedem-me segredo. Têm vergonha. Temem represálias, juízos de valor. Sentem-se sem forças. Estão cansados. Sofrem em silêncio. Têm esperança de que a aula seguinte seja pacífica e consigam ensinar. Na verdade, são professores. É esse o seu trabalho.
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Muitos têm sido os desabafos de colegas que, aproveitando aquilo que escrevi há dias, me dão conta de situações que nunca imaginei que pudessem acontecer. Pedem-me segredo. Têm vergonha. Temem represálias, juízos de valor. Sentem-se sem forças. Estão cansados. Sofrem em silêncio. Têm esperança de que a aula seguinte seja pacífica e consigam ensinar. Na verdade, são professores. É esse o seu trabalho.
Depois de me relatarem situações de extrema violência (porque a indisciplina pode ser violenta e traduz-se em insultos, palavrões, ameaças, intimidações, empurrões), pedem-me ajuda. Apenas tenho uma coisa a dizer: todos nós queremos o melhor para os nossos jovens – professores, encarregados de educação, a sociedade em geral. Eles serão o nosso futuro. Assim sendo, pergunto: que havemos de lhes fazer? Será que o país tem noção das reuniões que os professores fazem para tentar encontrar soluções para todos estes problemas? Será que o país tem ideia das horas que passamos na escola a debater caminhos/percursos/estratégias para que estes jovens mudem, sejam disciplinados, educados, menos revoltados? Será que o país tem consciência de que muitos professores passam mais horas a tentar resolver os problemas dos filhos dos outros do que os dos seus próprios filhos? Nos intervalos, não falamos de futebol, não falamos de telenovelas, não conversamos sobre os fins de semana. Falamos sobre os alunos. À hora de almoço, não falamos de moda, não falamos de política, não conversamos sobre o tempo. Falamos sobre os alunos.
Por isso, que mais havemos de fazer aos nossos jovens? Ouvi-los? Quantas vezes... e até chorámos com eles! Aconselhá-los? Sempre que nos pedem, sempre que julgámos necessário. Orientá-los? Ampará-los? Dar-lhes a mão? Abraçá-los? Tantas e tantas vezes...
Falta o respeito. Sim, o respeito, a educação que ensina um jovem a dar o seu lugar sentado a uma pessoa mais velha num autocarro, por exemplo.
Sempre ouvi dizer que uma boa educação só é possível quando todos os responsáveis “remam” para o mesmo lado, o melhor. Se todos nos unirmos, talvez seja possível voltar a sonhar com um país culto, instruído e com boa formação moral.
Assim sendo, como professora peço:
– Pais, encarregados de educação, ajudem os professores a educar os vossos filhos! Ensinai-lhes a respeitar as pessoas mais velhas e, entre eles, os professores. Conversai com eles, passai-lhes os bons valores, aqueles que vos deixarão orgulhosos dos filhos que tiveram. Sois vós aqueles que mais os amais! Serão eles a herança que deixareis ao mundo.