SPD dividido entre o apoio e a rejeição à “grande coligação” com Merkel
Segunda volta das eleições primárias no Partido Social Democrata alemão, no final de Novembro, vai ser decisiva para a estabilidade do Governo alemão.
Duas candidaturas conjuntas com visões opostas em relação ao apoio à chanceler Angela Merkel vão disputar a liderança do Partido Social Democrata alemão (SPD) no final do próximo mês.
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Duas candidaturas conjuntas com visões opostas em relação ao apoio à chanceler Angela Merkel vão disputar a liderança do Partido Social Democrata alemão (SPD) no final do próximo mês.
Mais de 200 mil militantes do SPD votaram este sábado nas eleições primárias do partido que podem pôr em causa a manutenção do Governo de “grande coligação” na Alemanha. À frente, com 22% dos votos, ficaram o actual ministro das Finanças, Olaf Scholz, e a sua companheira de candidatura Klara Geywitz, seguidos logo de imediato por Norbert Walter-Borjans e Saskia Esken, que contaram com o apoio da Juventude do SPD e da ala da Renânia do Norte-Vestefália, um importante bastião do partido.
A profusão de candidaturas tornou muito improvável que alguém conseguisse mais de 50% dos votos, obrigando a uma segunda volta que será realizada no final de Novembro.
O desfecho das eleições internas do SPD pode precipitar a queda do Governo que é neste momento apoiado por uma coligação entre os sociais-democratas e os conservadores da CDU. Scholz e Geywitz posicionam-se a favor da continuidade do Governo de “grande coligação”, enquanto os seus adversários são críticos da solução.
O apoio do SPD ao executivo liderado por Merkel tem sido objecto de um intenso debate interno e configura um dilema. Um sector do partido considera que a permanência dos social-democratas em governos de “grande coligação” é responsável pelos maus resultados nas últimas eleições, em que se ficaram pelos 20,5%. Por outro lado, os defensores do acordo com a CDU receiam ficar com o ónus de derrubar o Governo, agravando ainda mais um cenário que já está longe de ser favorável.