Renamo pede ao Constitucional a anulação das eleições

Os dois maiores partidos na oposição consideram que houive fraude nas eleições de 15 de Outubro que deram maioria à Renamo e reelegeram Filipe Nyussi.

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O líder da Renamo, Ossufo Momade VASCO QUEMBO/Lusa

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) vai contestar os resultados eleitorais junto do Conselho Constitucional, apontando “vários casos de irregularidades” na votação de 15 de Outubro, disse à Lusa o mandatário de candidatura do principal partido de oposição. “Vamos recorrer contra a deliberação que aprova os resultados definitivos destas eleições que tiveram várias irregularidades e devem ser anuladas”, disse Venâncio Mondlane.

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A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) vai contestar os resultados eleitorais junto do Conselho Constitucional, apontando “vários casos de irregularidades” na votação de 15 de Outubro, disse à Lusa o mandatário de candidatura do principal partido de oposição. “Vamos recorrer contra a deliberação que aprova os resultados definitivos destas eleições que tiveram várias irregularidades e devem ser anuladas”, disse Venâncio Mondlane.

Os resultados, anunciados pela Comissão Nacional de Eleições no domingo em Maputo, deram larga vantagem à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, cujo candidato, Filipe Nyusi, foi reeleito à primeira volta para um segundo mandato como Presidente, com 73% dos votos.

A contestação, que é submetida na terça-feira, aponta suspeitas de irregularidades registadas durante o processo eleitoral, destacando o afastamento dos delegados de candidatura daquele partido nas assembleias de voto e a falta de respostas atempadas às reclamações do partido durante o dia da votação.

“Estas eleições tiveram irregularidades graves e não se justifica que este processo tenha sido validado”, disse Venâncio Mondlane, acrescentando que este recurso também é um “teste” ao Conselho Constitucional (equivalente ao Tribunal Constitucional), que agora apresenta uma nova configuração, após a saída de Hermenegildo Gamito e a nomeação pelo chefe de Estado de Lúcia Ribeiro para a presidência.

“Trata-se de uma prova dos nove para vermos se alguma coisa mudou ou as coisas continuam a mixórdia de sempre que conhecemos no Conselho Constitucional”, concluiu Mondlane.

Segundo os resultados anunciados no domingo, a Frelimo, partido no poder desde a independência em Moçambique, reforçou o número de deputados e passa a ter dois terços dos lugares 184 em 250. A Renamo elegeu 60 deputados e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) seis. 

Filipe Nyusi foi eleito para o segundo mandato. Em segundo lugar ficou Ossufo Momade, candidato da Renamo, com 21,88% dos votos, e em terceiro Daviz Simango (MDM), com 4,38%.

O Movimento Democrático de Moçambique também não aceita os resultados, argumentando que houve fraude generalizada.

Os resultados foram aprovados com nove votos a favor e oito contra na reunião de sexta-feira da Comissão Nacional de Eleições.