Direita e extrema-direita italiana vencem eleições regionais em Úmbria

A eleição era o primeiro teste à coligação governamental entre o M5S e do PD, mas o candidato conjunto, Vicenzo Bianconi, não conseguiu convencer os eleitores. Salvini diz que é a prova de que preciso eleições gerais no país.

Foto
Donatella Tesei celebra a vitória com Matteo Salvini CROCCHIONI/EPA

A coligação de partidos italianos de direita, entre os quais a Liga, de extrema-direita e dirigido pelo ex-ministro do Interior Matteo Salvini, ganhou as eleições regionais de domingo em Úmbria, região considerada um bastião da esquerda.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A coligação de partidos italianos de direita, entre os quais a Liga, de extrema-direita e dirigido pelo ex-ministro do Interior Matteo Salvini, ganhou as eleições regionais de domingo em Úmbria, região considerada um bastião da esquerda.

A coligação, que além da Liga integra o partido conservador Força Itália e o ultraconservador Irmãos de Itália, conquistou 52,85% dos votos, de acordo com dados divulgados esta segunda-feira pelo Ministério do Interior italiano.

A aliança formada pelo partido populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e pelo Partido Democrata (PD, esquerda), que governa o país, obteve 37,48% dos votos, ou seja, menos 20 pontos percentuais do que os vencedores.

Depois de quase 50 anos de governo de centro-esquerda, Donatella Tecei – senadora pela Liga e ex-presidente da câmara de Montefalco, na província de Perúsia – vai ser a nova presidente da região com quase 900 mil habitantes e se situa no centro do país.

Esta votação foi o primeiro teste para a coligação governamental do M5S e do PD, mas o seu candidato, Vicenzo Bianconi, não conseguiu convencer os eleitores.

A comunicação social italiana sublinha a vitória da direita e especialmente da Liga e de Salvini, que obteve 36,95% dos apoios à coligação para Umbria, enquanto o Força Itália, do antigo primeiro-ministro Sílvio Berlusconi, se ficou pelos 5,5% e o Irmãos de Itália pelos 10,4%.

Os jornais destacam também a queda do M5S, que obteve 7,41%, e do PD, que somou 22,33%.

“Úmbria, vitória da Liga e fracasso do M5S”, titula o Corriere della Sera, enquanto o La Repubblica diz que “a coligação M5S-PD foi derrotada”, depois de obter “um resultado muito negativo”.

O La Stampa opta pelo título Úmbria vira à direita e esmaga a coligação do M5S e PD, e a televisão pública RAI diz “Ganha a direita em Úmbria”.

Para Salvini, “as eleições em Úmbria mostram que os italianos querem” eleições gerais. “Alguém em Roma devia reflectir [sobre estes resultados]. Os italianos não gostam de traidores”, afirmou.

Quando em Agosto derrubou a coligação de Governo entre o seu próprio partido e o M5S, Matteo Salvini apostou na realização de eleições antecipadas no Outono. Porém, a coligação entre o M5S e o PD, que agora governam juntos, atirou o partido de Salvini para a oposição.

“A derrota em Úmbria da aliança em torno de Vincenzo Bianconi é clara e confirma uma tendência negativa do centro-esquerda nos últimos anos”, admitiu o secretário nacional do PD, Nicola Zingaretti, enquanto o M5S referiu, em comunicado, que o resultado demonstra que o partido deve “representar uma terceira via”, à margem da direita e da esquerda.

As eleições regionais foram convocadas após a demissão de Catiuscia Marini, do PD, após a abertura de uma investigação judicial por irregularidades no sistema de saúde. A taxa de participação foi de 64,7%, quase dez pontos mais do que em 2015.