Francesa LVMH quer comprar a norte-americana Tiffany
Há vários anos que a LVMH, detentora de marcas como a Fendi, Christian Dior e Givenchy, assim como o champanhe Veuve Cliquot, é uma das empresas com melhor desempenho no sector do retalho de luxo
O conglomerado de luxo LVMH, proprietário da Louis Vuitton, abordou a Tiffany & Co com uma oferta de aquisição de 14,5 mil milhões de dólares (13,05 mil milhões de euros), revelaram fontes à Reuters. A possível aquisição surge num momento em que a joalheira de luxo norte-americana lida com o impacto das tarifas nas exportações para a China.
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O conglomerado de luxo LVMH, proprietário da Louis Vuitton, abordou a Tiffany & Co com uma oferta de aquisição de 14,5 mil milhões de dólares (13,05 mil milhões de euros), revelaram fontes à Reuters. A possível aquisição surge num momento em que a joalheira de luxo norte-americana lida com o impacto das tarifas nas exportações para a China.
A LVMH, que há anos procura maneira de se expandir no mercado dos EUA, apresentou uma oferta preliminar e não vinculativa à Tiffany no início deste mês. A oferta da LVMH avaliou a Tiffany em cerca de 120 dólares por acção (108 euros). Na sexta-feira, as ações da Tiffany fecharam a 98,55 dólares (88,73 euros). Por seu lado, a Tiffany já tem consultores a analisar a oferta da LVMH, mas ainda não a respondeu, e não há certeza de que negociará um acordo.
As fontes ouvidas pela Reuters pediram para não serem identificadas porque o assunto é confidencial. Quanto às duas possíveis partes deste negócio, a LVMH e a Tiffany, recusam-se a comentar. A notícia foi inicialmente avançada pela Bloomberg, no sábado.
Há vários anos que a LVMH, detentora de marcas como a Fendi, Christian Dior e Givenchy, assim como o champanhe Veuve Cliquot, é uma das empresas com melhor desempenho no sector do retalho de luxo, onde nem todas as marcas estão a beneficiar do mesmo grau do crescente apetite chinês por produtos de luxo. Já a Tiffany não tem sido tão resistente — não só devido à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, mas também porque não consegue atrair às suas lojas, em solo norte-americano, os turistas asiáticos e outros com grande poder de compra.
Por exemplo, estas marcas de luxo também contam com Hong Kong como um importante centro comercial que atrai visitantes da China continental. No entanto, quatro meses de manifestações pró-democracia também começam a ter consequências para o comércio de luxo.
Por seu lado, no início deste mês, a LVMH, que possui uma capitalização de mercado de 194 mil milhões de euros, superou as previsões de vendas para o terceiro trimestre, apesar dos distúrbios em Hong Kong. Em Agosto, a Tiffany divulgou ganhos trimestrais que também superaram as expectativas dos analistas, graças a uma queda nos custos de marketing.
A Tiffany vem actualizando as suas ofertas com artigos mais acessíveis, como pingentes e brincos, para atrair os millennials que compram a preços mais baixos em marcas como a Pandora ou Signet Jewellers.
A LVMH, com sede em Paris, é controlada pela família Arnault e é liderada por Bernard Arnault, o homem mais rico da França. Sediada em Nova Iorque, a Tiffany, com 300 lojas em todo o mundo, é mais conhecida pelos seus anéis de noivado com diamantes.