Líder do Daesh foi morto em operação militar dos EUA na Síria, confirma Trump
Esta é a mais importante operação a visar um líder extremista desde a morte a 2 de Maio de 2011 de Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda, no Paquistão.
Abu Bakr al-Baghdadi, o líder do grupo extremista Daesh, morreu numa operação militar norte-americana no Noroeste da Síria, afirmou o Presidente Donald Trump. “Morreu a gemer e a chorar”, depois de entrar num túnel sem saída, perseguido por cães das tropas dos Estados Unidos, disse o Presidente dos Estados Unidos.
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Abu Bakr al-Baghdadi, o líder do grupo extremista Daesh, morreu numa operação militar norte-americana no Noroeste da Síria, afirmou o Presidente Donald Trump. “Morreu a gemer e a chorar”, depois de entrar num túnel sem saída, perseguido por cães das tropas dos Estados Unidos, disse o Presidente dos Estados Unidos.
Donald Trump descreveu o Daesh como “perdedores”, “cachorros assustados”. Baghdadi "era um homem doente e depravado, mas agora está morto”. “Era mau e violento e morreu de uma forma má e violenta”, disse o Presidente dos EUA, que aproveitou para projectar uma imagem de vencedor, num momento em que está a ser ameaçado pelo processo de impeachment lançado pelo Partido Democrata.
Dan Scavino, assistente do Presidente Trump para as redes sociais, disponibilizou no Twitter uma foto da sala em que o Presidente e o vice-presidente seguiram as operações - imitando a imagem célebre que retratava o acompanhamento das operações para matar Bin Laden pelo Presidente Barack Obama em 2011. Esta é a mais importante a visar um líder extremista desde a morte a 2 de Maio de 2011 de Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda, às mãos das forças especiais norte-americanas, no Paquistão.
O ataque ocorreu na região de Idlib, onde há ainda uma bolsa de resistência ao regime de Bashar al-Assad. Segundo a agência Reuters, o comandante de um grupo jihadista na região disse que as forças norte-americanas removeram um corpo que se acredita ser de Abu Bakr al-Baghdadi, assim como um segundo cadáver que poderá ser do seu guarda-costas. No local, foram deixados os corpos de três homens e três mulheres.
Onze crianças foram retiradas da casa onde estava Baghdadi, sem ferimentos, mas o líder do Daesh levou três dos seus filhos para o túnel por onde tentou fugir - e matou-as também, quando accionou o colete de explosivos com que se suicidou, relatou Trump. “As análises feitas “permitiram uma identificação certa e imediata. Era ele”, disse o Presidente.
Mazloum Abdi, comandante curdo das Forças Democráticas da Síria (SDF), fez uma publicação no Twitter afirmando que têm trabalhado nos últimos cinco meses numa operação conjunta para “eliminar” o líder do Daesh.
Trump agradeceu ao SDF pela ajuda na operação, mas fez agradecimentos a outras nações envolvidas na guerra na síria: Rússia ("A Rússia foi óptima!"), Síria (Assad), Iraque e Turquia.
O líder do grupo extremista islâmico foi responsável por vários atentados a nível internacional, bem como por estabelecer o domínio territorial por uma vasta extensão na Síria e no Iraque, a partir de 2014, situação que só este ano acabou por ser revertida. Mas o Daesh continua a ser uma força formidável, com ramificações noutros países de maioria muçulmana, e capacidade para fazer atentados - mesmo em países ocidentais.
Baghdadi, cujo nome verdadeiro era Ibrahim Awad Ibrahim Ali al-Badri al-Samarrai, é natural da cidade iraquiana de Samarra, que se acredita estar na casa dos 40 anos, manteve-se como uma figura de quem pouco de se sabe. Numa mensagem áudio divulgada no mês passado, apelou aos militantes do Daesh para que ataquem forças de segurança e tentem libertar os seus irmãos presos.
Esta operação ocorreu num momento de intensa actividade militar no Nordeste da Síria. O regime sírio e o seu aliado russo aceleraram o envio de tropas para a fronteira sírio-turca, e Ancara e Moscovo assinaram um acordo que lhes dá o controlo do Nordeste da Síria. Enquanto isso, os norte-americanos, que se retiraram da zona, deixando o terreno aberto à invasão do Nordeste da Síria por tropas de Ancara, com o objectivo de expulsar do seu território os curdos sírios - que consideram terroristas, tal como o PKK, no Leste da Turquia, anunciaram que manterão algumas tropas na Síria, mas numa zona rica em petróleo.