Fragilidade de Meghan Markle não desperta empatia

A duquesa de Sussex mostrou-se “não assim tão bem”, e as críticas choveram de toda a parte – a começar pela meia-irmã: “é um absurdo”.

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A duquesa de Sussex na Cidade do Cabo, África do Sul Toby Melville/Reuters

Um documentário sobre a recente viagem a África do mediático casal da realeza britânica, o príncipe Harry e a duquesa Meghan Markle, tornou-se mais do que o diário que era suposto ser. Mas, ao contrário do que o apresentador Tom Bradby esperava, o filme, que os mostra fragilizados, não está a “dar-lhes espaço”, mas a colocá-los no olho do furacão. De um lado, a meia-irmã de Meghan não lhe perdoa “a audácia” de se queixar da sua vida; do outro, a comunidade britânica diz que o par deveria preocupar-se mais com o que faz do que explorar a posição de vítima dos tablóides, sobretudo depois de um documentário sobre o príncipe Carlos mostrar todo o trabalho que este desenvolve no seu ducado e com a população que nele vive. 

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Um documentário sobre a recente viagem a África do mediático casal da realeza britânica, o príncipe Harry e a duquesa Meghan Markle, tornou-se mais do que o diário que era suposto ser. Mas, ao contrário do que o apresentador Tom Bradby esperava, o filme, que os mostra fragilizados, não está a “dar-lhes espaço”, mas a colocá-los no olho do furacão. De um lado, a meia-irmã de Meghan não lhe perdoa “a audácia” de se queixar da sua vida; do outro, a comunidade britânica diz que o par deveria preocupar-se mais com o que faz do que explorar a posição de vítima dos tablóides, sobretudo depois de um documentário sobre o príncipe Carlos mostrar todo o trabalho que este desenvolve no seu ducado e com a população que nele vive. 

No programa, que segue os passos dos duques de Sussex pelo território africano, Meghan aparece a falar sobre o turbilhão que sente ser a sua vida. “Qualquer mulher quando está grávida fica vulnerável, e isso foi um desafio; e depois quando se tem um recém-nascido…”, refere, de semblante carregado. E nem os olhos marejados despertaram a compaixão da sua meia-irmã Samantha Markle: “É um absurdo que alguém que é escoltada pelo mundo por uma segurança de milhões de dólares, em jactos privados, como milionária [que é], possa alguma vez queixar-se do que quer que seja”, desabafou ao programa televisivo Inside Edition, da americana CBS.

A entrevista a Meghan continua com o apresentador Tom Bradby a perguntar se ela está bem. Meghan responde com um “obrigada por perguntar, porque não houve muita gente a fazê-lo”. “É tudo demasiado real, nos bastidores”, confirmando que “não está assim tão bem”, como deixa no ar o entrevistador. E a reacção de Samantha não é mais empática: “A audácia de se dizer ‘que bom saber que alguém quer saber se eu estou bem’. Uau!: ‘Alguma vez perguntaste ao pai se ele estava bem, tendo passado por dois ataques cardíacos?’”. Já sobre a pressão dos tablóides britânicos, a meia-irmã responde que “ela sabia exactamente o que estava a fazer” quando se decidiu casar com o príncipe Harry, resumindo: “Tens o que querias.”

Enquanto isso, no Reino Unido, as críticas ao tom do documentário multiplicam-se, deitando por terra a intenção do jornalista Tom Bradby que, numa conversa no programa Good Morning America, confessou a esperança de que o facto de ter decidido incluir um pouco da realidade que encontrou (“um casal que parecia estar um pouco magoado e vulnerável”) consiga incentivar o mundo a “dar-lhes espaço”. E os julgamentos tornaram-se ainda piores após a estreia de um documentário de duas partes sobre o trabalho do príncipe Carlos no ducado da Cornualha. No fundo, uma lição do que é ser realeza, indicam muitos comentários espalhados pelas redes sociais e citados pelo Daily Mail.

O documentário sobre o príncipe Carlos leva os espectadores a uma viagem pelo património de mil milhões de libras (1,15 mil milhões de euros) do duque da Cornualha, que abrange 23 municípios, revelando o trabalho feito no sentido de aliar tradição a modernidade, envolvendo todas as faixas etárias e abrindo caminho à fixação da população, inclusive jovens, numa zona predominantemente rural. 

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Instântaneos da primeira longa viagem oficial dos duques de Sussex após o nascimento do filho de ambos. Um périplo por África que ficou marcado pela memória das imagens da princesa Diana no mesmo contexto.

Reuters