SAD do FC Porto prevê queda acentuada nos lucros para os 150 mil euros

Documento enviado à CMVM projecta o exercício de 2019-20, fortemente afectado pela ausência da Liga dos Campeões.

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LUSA/ESTELA SILVA

A SAD do FC Porto comunicou nesta quinta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que prevê um resultado líquido positivo de 150 mil euros em 2019-20, incluindo um saldo favorável de 77,97 milhões de euros no mercado de transferências. A queda nos lucros é de quase 100%, uma vez que é menos 98,4% do que conseguiu em 2018-19, um resultado influenciado pela ausência da fase de grupos da Liga dos Campeões e pelos prémios de valor inferior atribuídos na Liga Europa.

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A SAD do FC Porto comunicou nesta quinta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que prevê um resultado líquido positivo de 150 mil euros em 2019-20, incluindo um saldo favorável de 77,97 milhões de euros no mercado de transferências. A queda nos lucros é de quase 100%, uma vez que é menos 98,4% do que conseguiu em 2018-19, um resultado influenciado pela ausência da fase de grupos da Liga dos Campeões e pelos prémios de valor inferior atribuídos na Liga Europa.

Num documento enviado à CMVM, a detalhar propostas que serão submetidas a votação na Assembleia Geral do clube, a 14 de Novembro, está um total de seis pontos, que vão desde a remuneração dos órgãos de administração e fiscalização da sociedade à passagem de 12,895 milhões de euros da época transacta para a presente.

Para os 150 mil euros de resultado líquido final contribuem proveitos operacionais, excluindo verbas que entram com passes, na ordem dos 113,808 milhões de euros, contra custos de 135,114 milhões.

Nos registos operacionais, o valor cai de 176,3 milhões de euros para 113,8, sobretudo devido à saída da Champions, contra uma redução prevista de 10,2% com os custos operacionais, de 150,5 milhões.

No prato das receitas, os maiores valores provêm da televisão, com 42,561 milhões de euros, além de uma previsão de 16,709 milhões da participação nas provas europeias, proveitos de bilheteira e ainda 24,855 milhões de acordos publicitários.

Nos custos, a maior fatia vai para as despesas com pessoal (80,384 milhões), seguidas do fornecimento e serviços externos (43,934 milhões de euros), além de gastos com amortizações e provisões.

Ao todo, e antes de entrar nas contas o mercado de transferências, há um resultado negativo de 21,306 milhões, num registo que, comparado com o período homólogo anterior, era de 25,7 milhões positivos. Para chegar a um valor líquido positivo, os “azuis e brancos” orçamentaram um encaixe com transferências de jogadores na ordem dos 77,969 milhões, um aumento de 35,3 milhões em relação ao registado no relatório e contas de 2018-19.

A 10 de Outubro, a SAD apresentou as contas finais de 2018-19, com um lucro consolidado de 9,473 milhões no final do exercício, melhor que os 28,4 milhões negativos de 2017-18.

O administrador da SAD para a área financeira, Fernando Gomes, destacou então que, para a obtenção deste resultado, contribuíram cerca de 81 milhões de euros da Liga dos Campeões e o registo do novo contrato dos direitos televisivos.

Fernando Gomes recordou que o clube se encontra há três anos obrigado ao cumprimento de um acordo de “fair play” financeiro com a UEFA e que, nessa área, até tem tido folgas de uma época para a outra.

“Para o próximo ano não podemos ter prejuízo, mas estamos calmos quanto ao cumprimento do ‘fair play' financeiro com a UEFA”, disse Fernando Gomes, acrescentando que as contas de 2018-19 “deixaram uma almofada de 22,2 milhões de euros”.