Impeachment: Trump condicionou apoio à Ucrânia a investigação aos Biden, diz testemunha
Foi “o testemunho mais prejudicial que ja ouvi”, disse democrata citado pela BBC sobre as palavras do embaixador Bill Taylor no Congresso.
Um alto funcionário da diplomacia dos Estados Unidos disse que o Presidente Donald Trump condicionou o apoio militar do seu país à Ucrânia a uma investigação ao seu adversário político Joe Biden.
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Um alto funcionário da diplomacia dos Estados Unidos disse que o Presidente Donald Trump condicionou o apoio militar do seu país à Ucrânia a uma investigação ao seu adversário político Joe Biden.
Num depoimento no Congresso, no âmbito do processo de impeachment a Trump aberto pelos democratas, o embaixador Bill Taylor contou que lhe foi dito que o Presidente queria que Kiev investigasse os negócios do antigo vice-presidente Biden e do seu filho na Ucrânia.
Trump tem argumentado que não foi feita qualquer pressão e que não houve tentativa de troca de favores na política da Casa Branca em relação à Ucrânia.
Um democrata citado pela BBC disse que as palavras de Taylor eram “o testemunho mais prejudicial” que já ouviu.
Taylor, diplomata de carreira, é o enviado americano na Ucrânia desde Junho. Testemunhou perante os legisladores no inquérito aberto pelo Partido Democrata por suspeita de abuso de poder por parte de Donald Trump.
A transcrição de uma conversa telefónica mantida a 25 de Julho entre o Presidente dos EUA e o chefe de Estado ucraniano, Trump incita Volodimir Zelensky a investigar suspeitas de corrupção de Joe e Hunter Biden (que foi administrador de uma empresa ucraniana que está a ser investigada pelo procurador-geral ucraniano Viktor Shokin).
Em resposta a este testemunho, a porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, disse: “O Presidente Trump não fez nada de errado – esta é uma campanha coordenada da extrema-esquerda e dos burocratas radicais não eleitos que estão em guerra contra a Constituição.”
O embaixador disse que o Presidente deixou bem claro que queria um anúncio público da investigação aos Biden e mencionou interferências da Ucrânia nas eleições presidenciais americanas de 2016.
“A nossa relação com a Ucrânia tem sido minada por um canal irregular e informal entre os EUA, os actores políticos e a retenção de apoio vital na área de segurança, por razões de política interna [americana]”, disse Bill Taylor nas palavras que proferiu no início do seu testemunho na Câmara de Representantes.
Os canais “informais” incluem o enviado especial dos EUA à Ucrânia Kurt Volker, o embaixador para a União Europeia Gordon Sondland, o secretário da Energia Rick Perry e o advogado pessoal de Donald Trump e antigo presidente da câmara de Nova Iorque, Rudy Giuliani.