Lucros da Jerónimo Martins sobem para 302 milhões até Setembro
Grupo de distribuição com presença em Portugal, Polónia e Colômbia foi buscar 67% das vendas e mais de 80% do EBITDA à Biedronka. Investimento para este ano foi revisto em baixa
O resultado líquido da Jerónimo Martins, após interesses minoritários, subiu 3,5% entre Janeiro e Setembro, face a igual período de 2018, para 302 milhões de euros, divulgou hoje o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos.
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O resultado líquido da Jerónimo Martins, após interesses minoritários, subiu 3,5% entre Janeiro e Setembro, face a igual período de 2018, para 302 milhões de euros, divulgou hoje o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos.
Em comunicado ao mercado disponível no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a sociedade Jerónimo Martins adianta que as receitas consolidadas subiram 6,7%, para 13,66 mil milhões de euros, entre Janeiro e Setembro últimos, por comparação com igual período de 2018.
Já o resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA na sigla inglesa) cresceu 6,7%, para 757 milhões de euros. A Biedronka foi responsável por quase 83% do total (655 milhões de euros) e, por oposição, a Ara (retalho alimentar na Colômbia) e Hebe (para-farmácias na Polónia) geraram perdas de 56 milhões de euros ao nível do EBITDA.
Até Setembro deste ano, a operação de retalho alimentar na Polónia representou vendas de 9,23 mil milhões de euros (um crescimento de 7% face aos três primeiros trimestres de 2018). A Biedronka representou 67,6% das vendas consolidadas pelo grupo liderado por Pedro Soares dos Santos nos primeiros nove meses deste ano.
Em Portugal, a retalhista alimentar Pingo Doce vendeu mais 2,9%, para 2,91 mil milhões de euros, enquanto a grossista Recheio ganhou 2,5%, para 757 milhões de euros vendidos nos nove meses em análise.
Na Colômbia, a Ara melhorou em 27,6% as vendas, para 560 milhões de euros.
A rede polaca de farmácias e drogarias Hebe fechou o terceiro trimestre com vendas acumuladas de 180 milhões de euros, mais 25% do que 12 meses antes.
A 30 de Setembro deste ano, a companhia JM detinha em operação 2.932 lojas Biedronka (mais 32 adições líquidas face ao final de 2018), 432 supermercados e hipermercados Pingo Doce (mais cinco unidades abertas), 42 cash & carry Recheio (igual ao final do ano passado), 578 lojas de proximidade Ara (mais 46) e 255 unidades na rede Hebe, das quais 29 farmácias e 22 drogarias, (somando de forma líquida mais 25 unidades face a 31 de Dezembro de 2018).
Menos investimento do que o previsto
Nas perspectivas anuais, previsões que constam em todas as apresentações de contas trimestrais da distribuidora, a JM veio esta quarta-feira, 23 de Outubro, fazer uma actualização.
As linhas orientadoras apresentadas em Fevereiro passado (aquando das contas finais de 2018) mantêm-se válidas, diz o grupo. Mas há, contudo, “a ressalva de um ajuste introduzido no plano de investimento”.
Assim, “o capex para o ano de 2019 estima-se agora em cerca de 650 milhões de euros, uma redução” face aos “700-750 milhões de euros anteriormente previstos”. Há portanto uma previsão de investir até ao final do ano menos 50 a 100 milhões via capex (de capital expenditure ou despesa de capital) do que o previsto no arranque do ano.
A gestão de Pedro Soares dos Santos justifica a decisão essencialmente com a operação colombiana. “Ao longo do ano”, explica no comunicado hoje emitido, “temos dado prioridade ao acelerar do crescimento LFL [“like for like” ou para o mesmo perímetro de lojas, sem contar com aberturas e encerramentos] da Ara enquanto factor decisivo para a densidade de vendas e variável crítica para assegurar a rentabilidade da cadeia”, escreve.
Para o grupo que entrou na Colômbia em 2013, “o desempenho dos últimos trimestres confirma o acerto da estratégia que estamos a seguir e, de forma a garantir total foco na validação do potencial de vendas das lojas, reviu-se o calendário das aberturas, que, este ano, deverão cifrar-se em cerca de 110 novas localizações” naquele mercado latino-americano.
Até Setembro, a JM investiu já 405 milhões de euros, o que compara com 476 milhões de euros em igual período do ano passado. Embora tenha sido a Biedronka a receber a maior fatia do investimento (221 milhões ou 55% do total) a verdade é que foi a distribuição portuguesa que registou a maior subida face aos três primeiros trimestres de 2018 (mais 29 milhões, para 109 milhões de euros). Na Ara, o investimento já realizado este ano, de 57 milhões de euros, ficou 18 milhões abaixo do registado até Setembro de 2018.