O Benfica, a Champions e um plano simples: ganhar ou começar a fazer as malas

Perdendo frente ao Lyon, o Benfica ficará a sete pontos dos franceses e poderá a ficar a seis do Leipzig ou a sete do Zenit. Empatando este jogo, o Benfica terá de recuperar, no melhor cenário, quatro pontos para dois dos três adversários.

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Seferovic, Fejsa e de Tomás, três jogadores cuja titularidade é uma incógnita LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Benfica tem poucas opções para o jogo desta noite (20h, TVI), frente ao Olympique Lyon: ganhar, ganhar e, se isto não resultar, ganhar. Se falharem o objectivo, então os “encarnados” bem podem começar a empacotar os pertences e fazer as malas para abandonarem a Liga dos Campeões, já que, neste cenário, é altamente provável que não cheguem à fase seguinte.

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O Benfica tem poucas opções para o jogo desta noite (20h, TVI), frente ao Olympique Lyon: ganhar, ganhar e, se isto não resultar, ganhar. Se falharem o objectivo, então os “encarnados” bem podem começar a empacotar os pertences e fazer as malas para abandonarem a Liga dos Campeões, já que, neste cenário, é altamente provável que não cheguem à fase seguinte.

O campeão português entra para esta terceira jornada do Grupo G com a “corda na garganta”. Uma corda já bem apertada, dado que a equipa de Bruno Lage somou zero pontos nos dois primeiros jogos, frente a Zenit e Leipzig. Perdendo frente ao Lyon, na Luz, ficará a sete pontos dos franceses e poderá ficar a seis do RB Leipzig ou a sete do Zenit, numa altura em que haverá  apenas nove pontos para disputar. Empatando este encontro, o Benfica terá de recuperar, no melhor cenário, quatro pontos para dois dos três adversários. Hercúleo.

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Vencendo o Lyon — seria apenas a terceira vitória nos últimos 16 jogos na Champions —, então estas contas carregadas ficam bem mais coloridas, já que o Benfica ficará a um ponto do Lyon, antes de visitar o Este francês, e reduzirá diferenças para Zenit ou RB Leipzig. Ou até para ambos.

O contexto é, portanto, tão claro quanto delicado para uma equipa que tem de contrariar alguns dos problemas que tem evidenciado: os números dizem que o Benfica é, tal como o Lyon, uma das dez equipas mais rematadoras da prova, mas dizem, também, que é das que mais remates concedem aos adversários — acima de 15 por jogo. Espera-se, desta forma, um jogo rico em oportunidades de golo, até porque os franceses também não são exemplo de consistência defensiva.

Em termos de modelo de jogo, o Lyon é uma equipa com clara apetência para jogar pelos corredores. Entre as 32 equipas em prova, é a que menos canaliza perigo pela zona central e, por extensão, das que mais atacam pelas faixas laterais. Está avisado um Benfica que, curiosamente, até tem sido mais permeável na zona central do campo — 63% dos remates concedidos são nessa zona. 

Por fim, o médio Aouar, que deverá ser titular, é, de entre os 528 jogadores que já actuaram na Champions, o que mais bolas tem perdido e o quarto com mais recepções falhadas. Descoberta a “mina”?

As tendências estão lá, mas, mais do que os números, há que olhar para os nomes. E, nesse capítulo, o Benfica tem com que se preocupar. Rafa não jogou frente ao Cova da Piedade, na última sexta-feira, bem como André Almeida, estando ambos em fase pós-lesão. Por outro lado, Florentino voltou à competição e, caso esteja a 100%, poderá introduzir melhorias numa zona debilitada pela má forma de Fejsa e pela falta de aposta em Samaris. Há, ainda, o bom momento de Carlos Vinícius, que, com três golos nos últimos três jogos, pode ter “comprado bilhete” para o lugar habitualmente ocupado por Seferovic.

Rudi Garcia: “Mereciam mais"

Do outro lado, a estrela Memphis Depay está de volta, depois dos problemas físicos que tem enfrentado. E isso, em abstracto, deverá ser sinónimo de problemas para os “encarnados”, frente à equipa do português Anthony Lopes e do ex-Benfica Marçal, lateral-esquerdo que não vingou na Luz, mas é titular nos franceses.

Na antevisão da partida, nenhum dos treinadores quis “abrir o jogo” sobre o “onze” que escolherá, mas ambos aceitaram aventurar-se em previsões sobre o adversário. Rudi Garcia, treinador recém-chegado ao clube gaulês para substituir o brasileiro Sylvinho (aguentou apenas três meses no cargo), vaticinou que o Benfica “deve jogar com dois avançados” e mostrou-se solidário com o mau início europeu do rival. “O Benfica, sem ter vencido, coloca-se na obrigação de ganhar. Mas eles mereciam mais nos dois primeiros jogos”, assinalou.

Já Bruno Lage não abordou a dupla de atacantes que escolherá — e essa tem sido uma questão debatida praticamente desde o início da temporada —, mas apontou um possível 4x3x3 para o conjunto francês. “O Lyon já jogou em 4x3x3 e já jogou com três centrais, embora não seja tão habitual. E o Rudi Garcia já jogou em vários sistemas durante a carreira. Mas, para que a equipa tenha estabilidade, devem jogar em 4x3x3”. Esta noite saberemos.