Facebook lança programa de protecção acrescida para contas de candidatos a eleições

O Facebook Protect é uma nova iniciativa para defender as contas oficiais de candidatos políticos, bem como as contas das equipas que os ajudam, de ciberataques de adversários políticos ou de cibercriminosos.

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As novidades chegam numa altura em que o Facebook é alvo de críticas por não censurar publicações factualmente incorrectas de políticos Reuters/Stephen Lam

Mark Zuckerberg continua a tentar mostrar que o Facebook pode ser amigo da democracia. Esta semana, a rede social lançou o Facebook Protect, uma iniciativa para reforçar a segurança das contas oficiais de candidatos políticos, bem como as contas das equipas que os ajudam, no Facebook e no Instagram (que a empresa de Zuckerberg comprou em 2012).

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Mark Zuckerberg continua a tentar mostrar que o Facebook pode ser amigo da democracia. Esta semana, a rede social lançou o Facebook Protect, uma iniciativa para reforçar a segurança das contas oficiais de candidatos políticos, bem como as contas das equipas que os ajudam, no Facebook e no Instagram (que a empresa de Zuckerberg comprou em 2012).

O objectivo é evitar que as páginas associadas a campanhas políticas sejam alvo de ciberataques de adversários políticos ou de cibercriminosos ao ajudar o Facebook a identificá-las. “Temos visto que [páginas oficiais de políticos] podem ser alvo de actividade maliciosa durante as eleições. Contudo, visto que as campanhas geralmente são curtas muitas vezes, não conseguimos perceber quais os utilizadores que estão a trabalhar nas campanhas”, lê-se no comunicado sobre o projecto.

Nos últimos anos, as aplicações do Facebook – que incluem o Instagram, o WhatsApp, e o Messenger – tornaram-se peças estratégicas para propaganda e desinformação levadas a cabo por entidades associadas ao regime russo, nomeadamente durante as eleições presidenciais norte-americanas de 2016. Na segunda-feira, a rede social anunciou que removeu recentemente quatro páginas de desinformação ligadas a governos que tinham o objectivo de enganar utilizadores em África, na América Latina e nos EUA. Três das páginas tinham origem na Rússia, e uma no Irão.

As contas que se inscreverem no Facebook Protect vão ser monitorizadas com mais atenção. Isto inclui verificar quaisquer tentativas de aceder à rede social através de dispositivos ou de regiões fora do habitual. “Se detectarmos o ataque na conta de um dos funcionários de uma campanha política, podemos rever e proteger todas as contas afiliadas com a mesma campanha”, explica a equipa do Facebook.

As novidades chegam numa altura em que o Facebook é alvo de críticas por dizer que luta contra notícias falsas, mas que não censura publicações factualmente incorrectas de políticos – uma posição que Zuckerberg defendeu publicamente a semana passada.

Em causa está o facto de o Facebook recusar-se a remover uma publicação patrocinada de Donald Trump em que o presidente dos EUA acusa o ex-vice-presidente Joe Biden de prometer ao governo da Ucrânia mil milhões de dólares (cerca de 910 milhões de euros) a troco de um favorecimento ao seu filho. Apesar de aquela afirmação já ter sido desmentida por várias organizações, permanece visível no Facebook. Zuckerberg acredita que os políticos têm o direito de partilhar opiniões erradas e que a rede social está dessa forma a defender a liberdade de expressão.

Ainda assim, o Facebook quer garantir que a informação partilhada numa determinada conta não é alvo de manipulação alheia. Para participar no novo Facebook Protect, os interessados devem primeiro activar a autentificação de dois factores, o que implica dois passos para iniciar uma sessão no site: por exemplo, depois de introduzir a palavra-passe, o administrador da página terá de confirmar a intenção de iniciar a sessão através de um email ou do telemóvel.

A medida faz parte de uma série de iniciativas da rede social para proteger eleições em todo o mundo – particularmente as eleições presidenciais nos EUA marcadas para 2020. Outra novidade é que a rede social vai passar a destacar as organizações noticiosas que são controladas por alguns países: por exemplo, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, a Russia Today (um jornal inglês financiado pelo governo russo), ou o Vesti.ru (outro site de notícias do Kremlin).

“Queremos elevar o padrão de transparência para essas páginas, porque combinam a influência de uma organização de notícias na formação da opinião pública com o apoio estratégico de um Estado”, explica a equipa do Facebook.