Elas vão dar a volta ao mundo num barco para acabar com o plástico no mar
Missão eXXpedition Round the World estará durante dois anos a estudar microplásticos e substâncias tóxicas nos mares. Passa agora pelos Açores.
Os Açores são um dos locais escolhidos pela eXXpedition Round the World, uma missão de dois anos que estuda microplásticos e substâncias tóxicas no oceano, visando identificar soluções para a poluição a partir de terra firme.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os Açores são um dos locais escolhidos pela eXXpedition Round the World, uma missão de dois anos que estuda microplásticos e substâncias tóxicas no oceano, visando identificar soluções para a poluição a partir de terra firme.
A directora de missão Emily Penn — cuja embarcação tem a bordo apenas mulheres, e chegou esta segunda-feira, 21 de Outubro, a Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na primeira paragem do navio, que zarpou de Plymouth, na Inglaterra — declarou à agência Lusa que “um dos grandes objectivos do projecto é desenvolver pesquisa científica” para “realmente se compreender de onde vem o plástico e como se pode evitar que chegue ao mar, a partir de terra”.
A embarcação vai realizar uma jornada de 38 mil milhas náuticas, sendo que a viagem de volta ao mundo tocará alguns dos ambientes marinhos mais importantes e diversos do planeta, o que irá obrigar a atravessar quatro dos cinco giros oceânicos, onde se sabe que o plástico oceânico se acumula, e o Árctico.
Emily Penn refere que a segunda meta da missão — composta por várias equipas ao longo de dois anos, no total de 300 mulheres — é explicar que 70% do planeta é constituído pelo mar, sendo o terceiro objectivo “construir uma comunidade de fazedores de opinião”, através das pessoas que aderiram ao projecto, para o qual submeteram candidatura 10 mil mulheres.
Espera-se que estas mulheres tenham “impacto depois quando regressarem a casa, ao seu país, à sua esfera de influência”, visando resolver o problema global da poluição por via do plástico. A bordo de expedição segue uma equipa de cientistas, no âmbito da parceria estabelecida com a Universidade de Plymouth, mas também pessoas de todas as áreas e nacionalidades, como cineastas, artistas, professores, designers, entre outros, uma vez que “não há uma única via para resolver este problema”.
Para Emily Penn, a verdadeira transformação no uso do plástico começa na vida de cada um e nas suas rotinas, eliminando-se sacos, palhinhas, lancheiras dos filhos, entre outros elementos “com os quais se pode passar sem” nas residências e locais de trabalho. A eXXpedition Round the World é, segundo os seus promotores, uma “oportunidade única para realizar pesquisas de ponta em plásticos oceânicos” e descobrir que plástico está a ser mal administrado e a terminar no oceano e, portanto, como resolvê-lo em terra.
Nos Açores, no âmbito de actividades com a população, os elementos da missão vão estar no Centro de Ciência Viva Expolab para sensibilizar para a problemática, promover um levantamento e acção de limpeza de lixo e visitar uma superfície comercial local para apontar alternativas ao uso do plásticos.