Tusk promete responder ao pedido de extensão do prazo do “Brexit” nos próximos dias

Na hora do balanço, presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, lamenta a decisão dos britânicos e a “perda de tempo e energia” com o processo de saída do Reino Unido da UE.

Foto
Jean-Claude Juncker e Donald Tusk foram pela última vez ao Parlamento Europeu em Estrasburgo LUSA/PATRICK SEEGER

Na última vez que discursou no plenário do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apontou vários exemplos de “sucessos” do seu mandato, sem deixar também de mencionar as “decepções” que conheceu nos últimos cinco anos. Só não perdeu mais tempo a falar no “Brexit” no seu discurso de despedida, depois de antes ter concordado com os eurodeputados que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia “foi uma perda de tempo e energia” e de repetir que nunca deixaria de “lamentar” a decisão britânica”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Na última vez que discursou no plenário do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apontou vários exemplos de “sucessos” do seu mandato, sem deixar também de mencionar as “decepções” que conheceu nos últimos cinco anos. Só não perdeu mais tempo a falar no “Brexit” no seu discurso de despedida, depois de antes ter concordado com os eurodeputados que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia “foi uma perda de tempo e energia” e de repetir que nunca deixaria de “lamentar” a decisão britânica”.

“Na União Europeia fizemos tudo o que pudemos para garantir que a saída do Reino Unido acontece de forma ordenada. Agora esperamos pelos desenvolvimentos em Londres”, afirmou Jean-Claude Juncker, minutos depois de ouvir o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, insistir que “o no-deal nunca será a nossa decisão” e informar a câmara que está em contacto com os líderes para responder “com toda a seriedade” ao pedido de extensão do prazo do “Brexit” entregue pelo primeiro-ministro, Boris Johnson.

“A situação tornou-se ainda mais complexa depois dos acontecimentos do fim-de-semana no Reino Unido”, admitiu Tusk, que prometeu uma decisão para os “próximos dias”. “É óbvio que o resultado destas consultas vai depender muito daquela que for a decisão do Parlamento britânico sobre o que pretende ou não fazer. Devemos estar preparados para todos os cenários”, declarou.

O Parlamento Europeu já iniciou o seu próprio processo de escrutínio do novo acordo de saída negociado entre Londres e Bruxelas e divulgado poucas horas antes do início do Conselho Europeu da semana passada. Mas os legisladores europeus vão aguardar pela votação do acordo em Westminster, para ratificarem o tratado jurídico, como lhes compete. “Primeiro Londres, depois Bruxelas e Estrasburgo”, concordou Juncker.

Durante o debate destinado a avaliar as conclusões do Conselho Europeu, Juncker e Tusk ouviram os eurodeputados insistir na mesma mensagem e repetir o mesmo lamento: as confusões e complicações do “Brexit” não podem continuar a distrair a União Europeia das suas outras prioridades.

No mesmo sentido pronunciou-se o chefe da equipa negocial europeia, Michel Barnier. “O Brexit não é o fim da história”, sublinhou o veterano diplomata francês, que já foi convidado pela presidente eleita da Comissão, Ursula von der Leyen, a liderar a nova task-force que vai negociar a futura parceria com o Reino Unido.

Antes que termine esta primeira etapa, Barnier aconselhou os eurodeputados a ponderar sobre as consequências do “Brexit” — “são inúmeras e foram demasiadas vezes desvalorizadas” — e sobre as suas lições, “a primeira das quais é que temos uma responsabilidade de dizer a verdade aos cidadãos”, frisou, dirigindo-se ao eurocéptico britânico, Nigel Farage. “Mas a principal lição que devemos retirar do voto do ‘Brexit’ é do sentimento de cólera social que mostra a necessidade de protecção e reforma — e de uma agenda positiva para a União Europeia”, concluiu.