Galp reserva 10% a 15% do investimento para energias renováveis até 2022
A petrolífera reviu em alta investimento anual até 2022 para 1,2 mil milhões de euros e vai aumentar o dividendo a distribuir aos accionistas. Resultados caíram 60%.
A Galp prevê investir entre 1,0 e 1,2 mil milhões de euros por ano até 2022, dos quais mais de 40% em projectos de transição energética, onde inclui o aumento do peso do gás natural, anunciou hoje a petrolífera. O investimento médio em energias renováveis e em novos negócios deverá representar entre 10% e 15% de toda a alocação de capital, especifica a empresa.
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A Galp prevê investir entre 1,0 e 1,2 mil milhões de euros por ano até 2022, dos quais mais de 40% em projectos de transição energética, onde inclui o aumento do peso do gás natural, anunciou hoje a petrolífera. O investimento médio em energias renováveis e em novos negócios deverá representar entre 10% e 15% de toda a alocação de capital, especifica a empresa.
Em comunicado à imprensa, no dia de apresentação dos resultados do terceiro trimestre, a Galp apresentou uma actualização da sua estratégia de investimento para os próximos anos, em que reforça “os valores de investimento a aplicar em projectos que promovem a transição para um modelo energético de menor intensidade carbónica”.
Estes projectos “incluem o aumento do peso do gás natural no mix de produção, bem como o desenvolvimento de um negócio competitivo de geração de electricidade, através de fontes renováveis”, adianta a petrolífera.
“Estamos a preparar a Galp para o seu próximo ciclo de crescimento, em que seremos parte activa da transição energética” afirma Carlos Gomes da Silva, presidente executivo da Galp, citado no comunicado.
Além do enfoque em novas oportunidades, os investimentos da Galp no upstream continuam “focados no desenvolvimento de projectos de elevado potencial, com o breakeven médio do portefólio a manter-se em cerca de 25 dólares por barril” e no downstream pretende optimizar e reforçar a sua base de activos na refinação e comercialização, bem como explorar selectivamente novas oportunidades de valor acrescentado que permitam aumentar a competitividade do seu portefólio.
Em termos financeiros, a Galp pretende continuar numa “posição robusta”, referindo que “todas as acções de alocação de capital deverão estar em linha com o compromisso da manutenção de um rácio de Dívida Líquida/Ebitda abaixo de 2x”.
Neste novo contexto, a Galp prevê um aumento anual de 10% no dividendo por acção ao longo dos próximos três anos (2019-21).
Entretanto, a petrolífera também divulgou os seus resultados, que dão conta de um resultado líquido ajustado (RCA) de 403 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019, uma retracção de 33% em relação ao período homólogo de 2018.
Já os resultados líquidos fixaram-se em 283 milhões de euros, um recuo de 59% face ao período homólogo, informou hoje a empresa em comunicado ao mercado.
O investimento acumulado até ao final de Setembro diminuiu 4% para os 573 milhões de euros quando comparado com o mesmo período de 2018, sendo 73% do valor dedicado a projectos de exploração e produção. A dívida líquida situava-se em 1,645 mil milhões de euros, menos 92 milhões de euros do que no final de 2018, reflectindo a geração de caixa positiva da empresa nos primeiros nove meses do ano.