Santos Silva admite aperfeiçoar voto por correspondência dos emigrantes

O ministro dos Negócios Estrangeiros diz que são “questões técnicas que são facilmente aperfeiçoáveis”.

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Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros LUSA/ANTONIO COTRIM

O ministro dos Negócios Estrangeiros português admitiu nesta sexta-feira em Paris que há “muitas coisas ainda a aperfeiçoar” no voto por correspondência dos cerca de 1,4 milhões de votantes portugueses que residem no estrangeiro. Após várias queixas das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e com os votos da emigração contados, Augusto Santos Silva considerou que existem problemas que podem ser ultrapassados.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros português admitiu nesta sexta-feira em Paris que há “muitas coisas ainda a aperfeiçoar” no voto por correspondência dos cerca de 1,4 milhões de votantes portugueses que residem no estrangeiro. Após várias queixas das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e com os votos da emigração contados, Augusto Santos Silva considerou que existem problemas que podem ser ultrapassados.

“Pensamos aperfeiçoá-lo. A Assembleia da República vai também certamente fazer a avaliação. [...] O número de eleitores passou para 1,4 milhões e em termos de votos, isso significou cinco vezes mais votos nestas eleições do que tinha ocorrido nas eleições anteriores, que é um resultado notável”, mas “há muitas coisas ainda a aperfeiçoar”, admitiu Augusto Santos Silva em declarações aos jornalistas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português esteve esta manhã presente no colóquio sobre o centenário da língua portuguesa que se realiza esta sexta-feira e sábado na universidade Sorbonne, em Paris. Em resposta aos jornalistas, Augusto Santos Silva enumerou ainda alguns dos problemas sentidos pelas comunidades portuguesas.

“Nalguns países, incluindo os Estados Unidos, o facto de, em obediência à União Postal Internacional, a referência ao porte pago estar em francês colocou dificuldades porque não estava em inglês”, disse. “Também verificámos que os boletins de votos que foram expedidos chegaram mais tarde do que supúnhamos a países como o Brasil, porque houve problemas de natureza sindical. Na África do Sul foi ao contrário, foi a expedição de lá para cá. Tudo isto são questões técnicas que são facilmente aperfeiçoáveis”, enumerou.

O ministro foi reconduzido no cargo antes da contagem total dos votos. Após a contabilidade dos resultados nos círculos da emigração, Santos Silva soube que foi também eleito deputado, já depois de o PS ter sido convidado a formar governo.

“Porque é que nós em Portugal temos esta décalage? Porque, para que os votos por correspondência possam chegar, damos um intervalo de 10 dias a partir da data das eleições para receber os votos da emigração. Esse intervalo acabou dia 16. [...] Os deputados reúnem por direito próprio na terça-feira e um dia depois tomam posse pelo Governo. É um perfeito ritual democrático, inteiramente legítimo”, indicou o governante.

O número de votantes nas legislativas nos círculos da emigração aumentou em quase 130 mil, em virtude do recenseamento automático dos não residentes, mas a taxa de abstenção foi mais alta do que em 2015. Apesar de o número de votantes no estrangeiro ter passado de 28.354, em 2015, para 158.252, nas eleições de 6 de Outubro passado (+129.898), a taxa de abstenção subiu ligeiramente, situando-se em 89,2% face aos 88,3% do sufrágio anterior.