Catalunha: nove feridos em confrontos entre independentistas e extrema-direita

Várias carrinhas da polícia catalã têm circulado durante a noite pelas zonas mais afectadas de Barcelona para evitar mais confrontos e afastar os grupos rivais.

Fotogaleria

Independentistas da Catalunha e grupos de extrema-direita envolveram-se esta noite em confrontos violentos nas ruas de Barcelona, Espanha, provocando pelo menos nove feridos, apesar da forte presença da polícia regional, relatou a agência de notícias Efe.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Independentistas da Catalunha e grupos de extrema-direita envolveram-se esta noite em confrontos violentos nas ruas de Barcelona, Espanha, provocando pelo menos nove feridos, apesar da forte presença da polícia regional, relatou a agência de notícias Efe.

Um manifestante independentista foi espancado por um grupo de extrema-direita e foi levado para um posto médico por um grupo de jovens que passava no local e conseguiu afastar os agressores.

Os membros da extrema-direita e os defensores da independência da Catalunha foram protagonistas de outros confrontos, um dos quais foi filmado e divulgado nas redes sociais, naquele que é o quarto dia de protestos contra a condenação à prisão, na segunda-feira, dos principais dirigentes independentistas da Catalunha.

Os tumultos começaram depois dos Comités de Defesa da República (CDR), anteriormente chamados Comités de Defesa do Referendo, ter publicado nas redes sociais uma mensagem que dava por terminada uma manifestação lúdica convocada para o bairro de Gràcia.

A manifestação acabou por se tornar num ponto de encontro de independentistas radicais e membros da extrema-direita, que se envolveram em alguns episódios de violência, antes de os CDR porem fim à concentração.

O choque entre grupos tornou-se, a partir daí, mais grave, com agressões mútuas e com os independentistas a criarem barricadas e incêndios, segundo descreve a Efe.

Várias carrinhas da polícia catalã (Mossos d"Esquadra) têm circulado, durante a noite, pelas zonas mais afectadas de Barcelona, para evitar mais confrontos e afastar os grupos rivais.

Vários dos manifestantes estavam, segundo a agência espanhola, encapuzados e armados com tacos e bastões de beisebol, e os de extrema-direita exibiam bandeiras espanholas, gritando palavras de ordem como “eu sou espanhol, espanhol”.

Segundo o Sistema Médico de Emergência (SEM) da Catalunha, existem pelo menos nove feridos a registar em Barcelona, incluindo o jovem independentista que foi agredido por um grupo de extrema-direita. Outro dos feridos em Barcelona é um jovem que sofreu uma contusão facial e perdeu vários dentes.

Segundo o SEM, seis foram assistidos no local por serviços médicos, dois foram transportados para hospitais e um estava a ser avaliado. O SEM refere ainda que em Girona também existem pelo menos dois feridos, um que foi transportado ao hospital e outro que foi assistido no local.

Para sexta-feira está marcada uma greve geral convocada pelos sindicatos independentistas Intersindical-CSC e Intersindical Alternativa de Catalunya (IAC), em protesto contra a condenação pelo Tribunal Supremo espanhol de dirigentes políticos.

A Unión General de Trabajadores (UGT) e a Confederación Sindical de Comisiones Obreras (CC.OO) demarcaram-se do protesto por não o terem convocado.

O Supremo Tribunal espanhol condenou, na segunda-feira, os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, desencadeando movimentos de protesto de grupos de independentistas em todo o território da comunidade autónoma espanhola mais rica.

Nas últimas noites, as manifestações na Catalunha, e sobretudo em Barcelona, ficaram marcadas por confrontos entre grupos violentos e as forças de segurança. Pelo menos 100 pessoas foram detidas e quase 200 agentes da polícia ficaram feridos desde o início dos protestos, anunciou hoje o Governo espanhol.