Investigadores criam robô pintor que torna processo industrial 30% mais eficiente
O robô ajuda os trabalhadores a pintar peças de grande dimensão permitindo acelerar o processo de fabrico.
Uma equipa do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) desenvolveu um robô que permite que o processo industrial seja 30% mais eficiente ao ajudar os trabalhadores a pintar peças de grande dimensão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Uma equipa do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) desenvolveu um robô que permite que o processo industrial seja 30% mais eficiente ao ajudar os trabalhadores a pintar peças de grande dimensão.
Em declarações à agência Lusa, Rafael Arrais, investigador do Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes do INESC TEC, explicou que este “robô pintor” surge no âmbito do projecto FLEXCoating, iniciado há cerca de um ano e financiado em 200 mil euros pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia.
Apesar do robô do INESC TEC não ser o primeiro robô pintor, Rafael Arrais salientou a necessidade de “melhorá-los e capacitá-los de outras ferramentas”, tais como a pintura de produtos de grandes dimensões ou de geometria complexa. Nesse sentido, os investigadores desenvolveram uma tecnologia conhecida por célula robótica colaborativa: sensores 3D ajudam o sistema informático a reconhecer o espaço de trabalho e os objectos em redor para pôr o robô a pintar em simultâneo com o ser humano.
“Montamos uma câmara nesta célula que filma toda a região de trabalho, não só do robô, mas também do colaborador e definimos um conjunto de regiões de segurança que lhe permitem perceber quando há invasões ao espaço de trabalho, seja do operador ou de um objecto estranho”, explicou Rafael Arrais, adiantando que, quando tal acontece, “o robô pára de forma segura e sem colocar em risco o utilizador ou o material”.
Além destas especificidades, este “braço robótico convencional” passa a estar responsável pela “pintura que requer um maior esforço”, dando assim a oportunidade ao operador de “avaliar os pequenos defeitos e estar atento a pequenos retoques”, ou seja, o operador fica encarregue da parte “mais minuciosa do processo”.
“Aquilo que conseguimos foi dotar a empresa de uma maior flexibilidade ao nível das peças que produz, porque o humano e o robô passam a trabalhar simultaneamente no mesmo objecto”, referiu Arrais que diz que o sistema permite que o processo industrial seja mais eficiente. “Aquilo que estimamos, na parte final do projecto, é que seria possível um aumento na ordem dos 30%”, garantiu o investigador.
A célula robótica já foi testada “com sucesso” na empresa portuguesa FLUPOL, e os investigadores do Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes pretendem agora “consolidar” a solução que desenvolveram.
“Os nossos próximos objectivos passam por tornar este demonstrador [célula robótica] numa solução mais produto, o que implicaria um estudo mais aprofundado e detalhado”, concluiu.